Foto: EDIMAR SOARES |
Duas matérias publicadas na edição de ontem, dia 3, do O POVO,
motivam inquietações no litoral cearense, muito além do que
ambientalistas advertem: “Mistério] Morte de peixes preocupa pescadores
da cidade de Icapuí” , do repórter Thiago Mendes (Editoria Ceará, página
10) e “Paracuru] Produção de petróleo é interrompida por causa de
vazamento “ , com agências de notícias (mesma editoria, página 11). Até
segunda-feira passada, 2, o episódio em Icapuí poderia estar vinculado
desde a óleo cru ou até a indústria do sal.
O
aparecimento de cardumes dizimados fora de pescarias, em praias, na
crença popular, é associado a fenômenos apocalípticos. A literatura e o
cinema, inclusive leigos, abordaram bastante o tema. Seja qual for a
origem dos dois acidentes no Ceará, ocorreram nas antevésperas da
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20), marcada para junho na capital fluminense. Uma impressão que
pode causar nos futuros participantes é que o Brasil, anfitrião do
encontro, de maneira nenhuma está fazendo o dever de casa.
Vinte
anos atrás, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-92 ou Eco-92), as atenções gerais
estavam na Amazônia, como se qualquer outra região da Terra estivesse na
ocasião imunizada contra catástrofes ambientais. Mais para cá, o tema
do aquecimento global chamou muito mais as atenções do que o Inferno
Verde, o qual, de maneira nenhuma, é apenas brasileiro, mas dividido com
nações vizinhas do Norte e do Noroeste da América do Sul.
É necessário que, tanto em Icapuí quanto em Paracuru, os dois desastres sejam esclarecidos e solucionados. Os dois municípios já foram modelos de ecossistema saudável. Ninguém pode ser contra o desenvolvimento econômico.
O mundo ainda precisa de petróleo, já que as matrizes energéticas mais ecológicas ainda são limitadas. Portanto, são necessários maiores cuidados.
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