sábado, 7 de abril de 2012

Editorial O POVO: Icapuí e Paracuru tornam-se preocupações antes da Rio mais 20

É necessário que, tanto em Icapuí quanto em Paracuru, os dois desastres sejam esclarecidos
Foto: EDIMAR SOARES

Duas matérias publicadas na edição de ontem, dia 3, do O POVO, motivam inquietações no litoral cearense, muito além do que ambientalistas advertem: “Mistério] Morte de peixes preocupa pescadores da cidade de Icapuí” , do repórter Thiago Mendes (Editoria Ceará, página 10) e “Paracuru] Produção de petróleo é interrompida por causa de vazamento “ , com agências de notícias (mesma editoria, página 11). Até segunda-feira passada, 2, o episódio em Icapuí poderia estar vinculado desde a óleo cru ou até a indústria do sal.
O aparecimento de cardumes dizimados fora de pescarias, em praias, na crença popular, é associado a fenômenos apocalípticos. A literatura e o cinema, inclusive leigos, abordaram bastante o tema. Seja qual for a origem dos dois acidentes no Ceará, ocorreram nas antevésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), marcada para junho na capital fluminense. Uma impressão que pode causar nos futuros participantes é que o Brasil, anfitrião do encontro, de maneira nenhuma está fazendo o dever de casa.

Vinte anos atrás, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-92 ou Eco-92), as atenções gerais estavam na Amazônia, como se qualquer outra região da Terra estivesse na ocasião imunizada contra catástrofes ambientais. Mais para cá, o tema do aquecimento global chamou muito mais as atenções do que o Inferno Verde, o qual, de maneira nenhuma, é apenas brasileiro, mas dividido com nações vizinhas do Norte e do Noroeste da América do Sul.

É necessário que, tanto em Icapuí quanto em Paracuru, os dois desastres sejam esclarecidos e solucionados. Os dois municípios já foram modelos de ecossistema saudável. Ninguém pode ser contra o desenvolvimento econômico.

O mundo ainda precisa de petróleo, já que as matrizes energéticas mais ecológicas ainda são limitadas. Portanto, são necessários maiores cuidados.

Fonte: O POVO ed. 04.04.2012

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