domingo, 18 de novembro de 2012

Projeto Mulheres de Corpo e Algas da Barrinha estará em livro do Ministério Meio Ambiente

Icapuí (CE): cultivo de algas e recuperação do mangue
O projeto Mulheres de Corpo e Algas da Comunidade da Barrinha em Icapuí foi selecionado para ser uma das experiências do livro " Boas Práticas de Educação Ambiental na Agricultura Familiar" editado pelo Ministério do Meio Ambiente, que contem 25 experiências bem sucedidas de sustentabilidade e que será lançado durante o Seminário Nacional de Boas Práticas em Educação Ambiental e Agricultura Familiar, que acontece em Brasília de 28 a 30 de novembro.

O projeto implementou um método sustentável de cultivo de algas para gerar renda para a comunidade através da fabricação de cosméticos e produtos alimentícios.

Em 2012, o Projeto Mulheres de Corpo e Algas recebeu um prêmio durante a Conferência "RIO +20".

Veja noticia sobre o Seminário Nacional de Boas Práticas em Educação Ambiental e Agricultura Familiar:



Seminário apresenta projetos bem sucedidos de educação ambiental e reúne bons exemplos em livro

LETÍCIA VERDI


Difundir e estimular os projetos bem sucedidos é o objetivo do Seminário Nacional de Boas Práticas em Educação Ambiental e Agricultura Familiar, que acontece em Brasília de 28 a 30 de novembro. “Mapeamos o que já está acontecendo em todo o país”, explica o diretor do Departamento de Educação Ambiental (DEA) da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC) do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Nilo Diniz. “A partir daí, o governo federal tem embasamento para formular as políticas públicas do setor”.

Na noite do dia 28 (quarta-feira), será lançado o livro Boas Práticas de Educação Ambiental na Agricultura Familiar, com uma seleção de 25 experiências bem sucedidas de sustentabilidade. Os projetos foram selecionados a partir de um edital lançado pelo MMA no início do ano e que recebeu 50 inscrições.

JUVENTUDE

Os temas debatidos no seminário irão colaborar com a política de regularização ambiental de propriedades rurais e com a elaboração da Política Nacional de Juventude Rural. A programação pode ser acessada aqui: www.mma.gov.br/publicador/item/8757

“Estou encantado com a iniciativa das comunidades e assentamentos, destaca Nilo Diniz”. “Em cada um dos cinco biomas há projetos dignos de nota”. Ele lembrou, como exemplo, ação desenvolvida no ecossistema marinho do Ceará, chamado “Mulheres de corpo e algas”. Na comunidade de Icapuí, mulheres cultivam algas (Agar-agar) em pleno mar e recuperam a área de mangue na faixa costeira. É um a iniciativa de algicultura sustentável.

Outro exemplo lembrado pelo diretor do DEA foi o do assentamento de Lagoa Grande em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Lá, o grupo, com apoio da Universidade Federal de Dourados, recuperou uma área de cerrado muito degradada com mais de sete mil mudas de frutas típicas como mangaba, guavira, pequi, pimenta de macaco, murici e baru.

SOLUÇÃO

O projeto Mochila do Educador Ambiental, de autoria da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Acre, também está na publicação que será lançada pelo MMA. A mochila é um kit para educação ambiental no campo: professores, educadores e lideranças de assentamentos recebem mapas do zoneamento ecológico e econômico da região, quebra-cabeças, banners, vídeo e jogos para auxiliar no trabalho.

“O que encanta nessa iniciativa é ver a solução para a educação ambiental no campo vindo das pessoas”, acrescenta Diniz. Segundo ele, as demandas levantadas pelos projetos irão pautar as políticas públicas. Serão distribuídas quatro mil publicações em oficinas do Programa de Educação Ambiental na Agricultura Familiar, entre parceiros do programa e educadores de uma forma geral.


Fonte: MMA  visto no blog Peixe Gordo

Pescadores de lagosta pedem ajuda do PT para sensibilizar o governo

Do blog O Peixe de Alberto Perdigão:

imagem ilustrativa: Google Images

Pescadores artesanais de lagosta do litoral leste do Ceará, em greve há 17 dias, pedirão a parlamentares do PT que marquem uma audiência com o ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. A decisão foi tomada nesta quinta feira (15), na reunião de avaliação da campanha Lagosta 2014, realizada na comunidade pesqueira Prainha do Canto Verde, em Beberibe. O objetivo é obter da presidenta Dilma Rousseff a posição do governo sobre o pedido de moratória de 18 meses para a atividade lagosteira no país. A reivindicação foi apresentada no último dia 31, numa carta manifesto dirigida à presidenta. A carta defende a substituição do defeso de seis meses por um recesso três vezes maior e a elaboração de um novo marco regulatório capaz de preservar a lagosta da extinção no litoral brasileiro.

O movimento também pede maior rigor na fiscalização contra a pesca ilegal, realizada com redes, equipamentos de mergulho, inclusive durante o defeso. A reivindicação foi protocolada no Palácio do Planalto, Procuradoria Geral da República, Ministério da Pesca e Aquicultura, Marinha, Ibama e outros órgãos envolvidos com a atividade lagosteira. A julgar pela dificuldade em expor a Gilberto Carvalho o que o movimento chama de “colapso” da pesca, sensibilizar a presidenta não será tarefa fácil. A avaliação levou os pescadores a pedirem a intermediação de quatro parlamentares cearenses do PT: o senador José Pimentel, o deputado federal Eudes Xavier, o deputados estadual Dedé Teixeira e o vereador presidente da Câmara de Fortaleza, Acrísio Sena. A expectativa é de que a audiência ocorra ante de 1 de dezembro, quando começa o defeso.

sábado, 17 de novembro de 2012

Guilherme Arantes e pratos à 10 reais estão no VII Festival da Lagosta hoje

Neste sábado acontece a terceira noite do VII Festival da Lagosta, que nessa edição acontece na Praia da Redonda em Icapuí-CE, com diversos pratos à base de lagosta e atrações musicais. 

Com acesso gratuito, o Festival terá os shows de Monomotor e e do cantor e compositor  Guilherme Arantes, junto com a sua banda, animará as pessoas que estarão nas areias da praia de Redonda com suas músicas românticas e grandes sucessos.  

No Salão Gastronômico, diversos pratos à base de lagosta, preparados por chefs de restaurantes de Icapuí, com destaque para os pratos de Lagosta ao molho de maracujá, Lagosta Retiro Grande, Lagosta ao molho de ervas aromáticas e Lagosta pulando na panela.  As porções são servidos ao valor de R$ 10,00, que estão a venda a partir das 19 horas.

O Festival terá seu encerramento neste domingo, com a Regata da Paz e, em seguida, shows com do grupo Cacimba de Aluá e Banda Base

O VII Festival da Lagosta é uma realização da Associação Grupo de Desenvolvimento do Turismo em Icapuí – GDTur. Patrocínio: Banco do Nordeste.  Apoio institucional: Governo do Estrado do Ceará/ Secretaria da Pesca e Aquicultura do Estado do Ceará, Casa Civil e Secretaria da Cultura (Lei Estadual de Incentivo à Cultura), Prefeitura Municipal de Icapuí e Sebrae-CE.  Apoio Cultural: COELCE/Endesa. Produção executiva: J. A. Lima Produções. Assessoria de Imprensa: DÉGAGÉ. Informações: (85)8898-8819.
  
Com informações da  DÉGAGÉ

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Festival da Lagosta serve pratos a R$ 10 na Praia da Redonda, em Icapuí. Veja as atrações

O evento inicia no feriado, 15 de novembro, e segue até domingo (18) 

A sétima edição do Festival da Lagosta inicia no feriado de 15 de novembro (quinta-feira) e encerra no domingo (18). O evento, que acontecerá na Praia de Redonda (em Icapuí, a 200 quilômetros de Fortaleza), é gratuito. No Salão de Gastronomia, que funcionará de quinta a sábado a partir das 19h, os expositores criam pratos à base de lagosta, que são servidos em porções a R$ 10. Serão 15 estandes de restaurantes e pousadas locais, cada expositor com um ou mais pratos diferenciados. 

O festival possui 15 estandes de restaurantes e pousadas locais (Foto: Felipe Abud / Divulgação)
 Na fase de preparativos do Festival da Lagosta, o Sebrae-CE realiza treinamentos para capacitar o profissional de atendimento na rede hoteleira e de restaurante locais.

Guilherme Arantes é uma das atrações

Enquanto o público saboreia os diversos pratos, será possível acompanhar a programação musical gratuita, com grandes shows, na estrutura erguida pelo Festival próxima à Barraca da Boneca. De quinta a sábado, a programação de shows será a partir das 22 horas.

Na quinta-feira, se apresentam a Banda Municipal de Icapuí e Los Kakos

Na sexta-feira, show do grupo Ciribáh Soares e o Samba do Grande Amor e banda Donaleda. No sábado, quem abre a programação no palco é a banda Monomotor e, para fechar, show de Guilherme Arantes.

No domingo, ao meio-dia, tem início a Regata da Paz e, em seguida, shows com as bandas Cacimba de Aluá e Banda Base. 

O 7º Festival da Lagosta é uma realização da Associação Grupo de Desenvolvimento do Turismo em Icapuí.


Veja o depoimento de Seu Mundinho da Barrinha

Seu Mundinho foi tema de um depoimento para a ONG Brazil Fundation.

Raimundo "Mundinho" da Silva faz parte do projeto de Cultivo e beneficiamento de de Algas Marinhas, realizado pela Fundação Brasil Cidadão com moradores da Comunidade da Barrinha em Icapuí e que teve apoio da ONG Brazil Fundation nos anos de 2005, 2010 e 2012.

O projeto implementou um método sustentável de cultivo de algas para gerar renda para a comunidade através da fabricação de cosméticos e produtos alimentícios.

Em 2012, o Projeto Mulheres de Corpo e Algas recebeu um prêmio durante a Conferência "RIO +20"

Assista o vídeo abaixo:



Fonte: Fundação Brasil Cidadão

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Guilherme Arantes é uma das atrações musicais do Festival da Lagosta

O Cantor e Compositor Guilherme Arantes será uma das atrações musicais do Festival da Lagosta, que esse ano acontecerá na Praia de Redonda, de 15 à 18 de novembro.

Segundo a agenda de shows divulgada pelo Cantor, a sua apresentação será no dia 17 de novembro.

Guilherme Arantes (São Paulo, 28 de julho de 1953) é um cantor e compositor brasileiro. Começou sua carreira como tecladista e vocalista da banda Moto Perpétuo - grupo de rock progressivo dos anos 70.

Entre os maiores sucessos de Guilherme Arantes estão:
  • Amanhã
  • Brincar de Viver
  • Cheia de Charme
  • Deixa Chover
  • Êxtase
  • Lindo Balão Azul
  • Meu Mundo e Nada Mais
  • Planeta Água
  • Sob o Efeito de Um Olhar
  • Um Dia, Um Adeus


 Fonte: http://www.guilhermearantes.net/shows.htm

Festival da Lagosta movimenta a praia de Redonda (Icapuí) no feriado do dia 15


Salão Gastronômico do Festival da
Lagosta em 2011. Foto: Felipe Abud
Chega à sétima edição o Festival da Lagosta, que anualmente leva apreciadores da iguaria ao município de Icapuí, no litoral cearense. Este ano, o evento acontecerá na praia de Redonda, com início no feriado de 15 de novembro, quinta-feira, e encerramento no domingo, dia 18.

No Salão de Gastronomia, os expositores, que nos dias antecedentes do evento participam de uma oficina realizada pelo festival em parceria com o Sebrae-CE, criam pratos diferenciados, à base de lagosta, que são servidos em porções a preços convidativos.

Enquanto o público saboreia os diversos pratos, acompanha a programação musical gratuita, com grandes shows, na estrutura erguida pelo Festival próxima ao Salão de Gastronomia.

Na fase de preparativos do Festival da Lagosta, o Sebrae-CE realiza treinamentos para capacitar o profissional de atendimento na rede hoteleira e de restaurante locais.

O VII Festival da Lagosta é uma realização da Associação Grupo de Desenvolvimento do Turismo em Icapuí – GDTur. Patrocínio: Banco do Nordeste. Apoio institucional: Governo do Estrado do Ceará/ Secretaria da Pesca e Aquicultura do Estado do Ceará, Casa Civil e Secretaria da Cultura (Lei Estadual de Incentivo à Cultura), Prefeitura Municipal de Icapuí e Sebrae-CE. Apoio Cultural: COELCE/Endesa. Produção executiva: J. A. Lima Produções. Assessoria de Imprensa: DÉGAGÉ.

SERVIÇO
VI Festival da Lagosta - De 15 a 18 de novembro, na praia de Redonda, em Icapuí/CE. Acesso gratuito. Informações: (85) 3251.1105. 

Fonte: Dégagé

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Programa Municípios da TV Diário destaca Icapuí

O programa Municípios da TV Diário na edição de 03 de novembro exibiu série de reportagem sobre Icapuí abordando como as crianças aprendem na prática a importância de preservar o meio ambiente.

O programa foi dividido em três blocos, que você poderá assistir abaixo:

Bloco 01 - Conheça um dos litorais mais bonitos e bem preservados do Ceará : Icapuí, há 200km de Fortaleza


Bloco 02 - Moradores de distintas localidades eternizam memórias de entes queridos e também do município


Bloco 03 - Desenvolvimento sustentável é vivenciado por população através da arte e cultura

Fonte:TV Diário - Programa Municípios

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Concurso premia cozinheiro amador no 1º Festival de Gastronomia de Icapuí

Do Portal Sabores:

Concurso premia cozinheiro amador no 1º Festival de Gastronomia de Icapuí, que aconteceu no último fim de semana, na praia de Tremembé em Icapuí.


(Foto: Izakeline Ribeiro)
Cozinheiros de barracas de praia, de restaurantes e amadores de Icapuí participaram concorrendo ao título de melhor chef da região no I Festival de Gastronomia da cidade. No entanto, o vencedor acabou sendo um cozinheiro amador. Em primeiro lugar, Francisco Belarmino preparou um sirigado com batatas, requeijão e queijo ao molho de vinagre balsâmico. Auditor no dia a dia e cozinheiro nas horas vagas, é um apaixonado por gastronomia. "Gosto de comer bem e também de brincar na cozinha. Abro um vinho e vou brincando", comentou.
 
Em segundo lugar, Zenaide da Silva comentou que adorou participar do concurso. "Foi a primeira vez que concorri com outros cozinheiros. Fiquei feliz de ter sido premiada e isso vai me empolgar para trabalhar mais. Minhas moquecas ja são um sucesso e agora vou continuar", conta a cozinheira da barraca João Velho, que fica na praia de Requenguela. Ela concorreu com uma moqueca de siri.
 
Roberta Maria da Silva, terceiro lugar, também gostou da iniciativa. No entanto, sentiu falta de mais organização. "A gente nem tinha onde finalizar os pratos direito",disse a cozinheira do restaurante Aldeia do Areal (Ibicuitaba), que participou com uma moqueca de frutos do mar. 
 
Os três primeiros lugares receberam troféus, prêmios em dinheiro e certificados. Também participaram Janaídes Braga (Barraca do Carlinhos - Redonda), Francisca das Chagas (Barraca da Chaguinha - praia da Placa), Antônio Evanir de Oliveira (Peixada do Toinho - praia Manibu), Maria Aurineide da Costa - Tremembé), Maria Mariveide Braga (Pousada e Barraca do Francisco - Barreira de Cima) e Margarida Verissimo (Kite Mansion - Quiterias).
 
Outras ações
Além do concurso, o evento contou apenas com ações pontuais relacionadas à gastronomia. Além de palestras para a comunidade local, os chefs Juscelino Menezes (Grazie! Restaurante) e Berta Lopes (Marquês da Varjota) foram convidados para preparar menus com ingredientes locais. Os menus foram harmonizados com vinhos portugueses e cervejas sob a direção do sommelier Marcus Vale. Porém, era apenas para convidados. 
 
Na praça principal do evento, a gastronomia de Icapuí perdeu lugar pra comidinhas de festa. Lá, a comida local acabou ficando em segundo plano e quem procurou pratos regionais encontrou apenas sanduíches, salgados e pizzas. Restava conferir os shows musicais (Chico Pessoa, Italo e Reno, entre outros).
 
A expectativa é que a próxima edição conte com mais estrutura para a área de gastronomia e que esta tenha mais destaque no evento que aponta o tema no nome.


Fonte: Portal Sabores

Estadão: Ela vestiu a carapaça

31 de outubro de 2012

Por Jose Orenstein
FOTO: Filipe Araújo/Estadão

A Panulirus argus – a lagosta vermelha da foto ao lado – é a mais comum no Brasil. Mas há também a Panulirus laevicauda – a lagosta verde. Mais raras, acham-se ainda a lagosta-sapata e a pintada.

A cauda da lagosta é que guarda a carne de sabor sutil por baixo da grossa carapaça quitinosa. Representa apenas 30% de seu peso total. Na cabeça ficam as vísceras.

O maior produtor do mundo de lagosta é a Austrália. Estados Unidos, Nova Zelândia, África do Sul e Cuba também têm fartura. No Brasil, o Ceará concentra 60% da produção nacional.

A Panulirus argus pode chegar a 37 anos de idade. Mas, com a pesca, não passa dos 12. A essa altura ela já se reproduziu uma vez e tem 20 cm – pelo menos 13 cm de cauda: seu consumo é legal.

Quando jovem, a lagosta fica mais perto da costa. À medida que cresce vai andando (lagosta não nada) pela Plataforma Continental. Pode caminhar até 70 km, se não for pescada antes.

Estadão: Só você pode fiscalizar

31 de outubro de 2012

Por Jose Orenstein


FOTO: Filipe Araújo/Estadão
A dificuldade de fiscalizar a pesca ilegal de lagosta pode ser contornada não na produção, mas na ponta final: por você, que come. O governo do Ceará, em parceria com pesquisadores da universidade estadual tem um projeto de certificação da lagosta e quer botar a ideia em prática até a Copa de 2014, que terá Fortaleza como uma das sedes. “O restaurante e o hotel que comprarem vão saber de onde veio. Essa lagosta vai ter valor diferenciado”, diz o engenheiro de pesca Paulo Lira. Mas você pode começar já a ficar atento às exigências do certificado.


1. Tamanho
A lagosta vermelha tem de ter pelo menos 13 cm de cauda; a lagosta verde tem que ter pelo menos 12 cm.

2. Frescor
Lagosta deve desembarcar viva. Fuja da lagosta sem cabeça, que pode ter sido pescada há tempo e já perdeu o frescor.

3. Temporada
A pesca da lagosta é proibida entre dezembro e maio – se encontrar fresca nessa época, é ilegal.

4. Licença
O pescador tem de ser registrado e o barco licenciado pelo Ministério da Pesca. Na compra, não custa perguntar quem pescou.

5. Sem ovos
Hoje não é proibido pescar lagosta ovada, mas a prática é reprovada por estudiosos por comprometer a reposição da espécie.


Estadão: Lagosta à la sumiço

31 de outubro de 2012

Por Jose Orenstein

A primeira Guerra da Lagosta, nos 1960, foi evitada. Mas o conflito entre a pesca artesanal e a predatória que se alastra voltou a esquentar nos últimos anos. Quem paga o (caríssimo) prato é o pobre crustáceo, que está acabando

“Este é o pior ano de pesca de lagosta que já vi”, Geraldo Bidéi, o decano da praia, de 65 anos – 58 de pesca. FOTOS: Filipe Araújo/Estadão
 De Icapuí, Ceará

Mar azul, céu ainda mais azul. Na última sexta-feira, na Praia da Redonda, litoral leste do Ceará, cinco jangadas a vela apontavam no horizonte. Passava do meio-dia, o sol deixava a areia em brasa e ficar ali, na beira da água, só se justificava pela esperança de que viessem carregadas de lagostas. Uma a uma, as jangadas, que tinham saído para o mar de madrugada, foram ancorando e recolhendo as velas.

Da primeira, dois pescadores lançaram-se ao mar com pequenos baldes. Vieram nadando devagar. As ondas deram o empurrão final rumo à terra firme e eles saíram cambaleantes, short, camiseta e boné ensopados grudados na pele. Os baldes vazios. “Não tem nada. Estamos fudidos”, disse um deles. Apertaram o passo e sumiram na areia.

A cena se repetiu naquela tarde, quando apenas duas lagostas foram capturadas após um dia inteiro no mar. Quem as exibiu, meio envergonhado, meio orgulhoso, foi Leudo Ferreira, de 36 anos. Mas ele é exceção entre os 800 pescadores da Redonda: os baldes vazios têm sido rotina. “É o pior ano para pesca da lagosta que já vi”, diz Geraldo Bidéi, o decano da praia, de 65 anos – 58 de pesca. Os colegas concordam. Há 20 anos, na Redonda, cada pescador trazia, em média, 50 kg a 60 kg de lagosta por dia. Hoje não se pesca isso num ano.

A Praia da Redonda pertence ao município de Icapuí e assim como Barreiras, Tremembé, Barrinhas e Quitéria, as outras praias da região, tem a pesca como principal fonte de renda. A diferença é que só na Redonda a pesca de lagosta é artesanal: barcos a vela, armadilha feita de madeira e rede de náilon, o manzuá.

Nas outras praias, a pesca é feita com barcos motorizados e marambaias – tambores de ferro usados como armadilha. Os pescadores achatam os tambores aos milhares e os atiram no mar, marcando a localização com GPS. As lagostas entram n essas armadilhas e, sem espaço para se virar e sair, acabam capturadas por mergulhadores, que descem a até 30 metros de profundidade com ajuda de um precário sistema de compressão de ar em botijão de gás. Para criar coragem, muitos usam crack. Ou descem em apneia, com risco de embolia pulmonar. Acidentes fatais são frequentes e o método, arriscado, é proibido.

Chamados de piratas pelos pescadores da Redonda, os pescadores de compressor são acusados de ter acabado com a lagosta da região. A disputa entre eles já deixou três mortos (leia abaixo), numa briga que se arrasta há mais de 20 anos e expõe a insustentabilidade da produção de lagostas no Brasil.

Os pescadores retiram manzuá do mar em forma de protesto contra a pesca predadora de lagosta feita por mergulhadores.


A pesca com o manzuá, como é feita na Redonda, é a única permitida por lei. Os pescadores saem por volta das cinco da manhã e lançam a armadilha a até 30 quilômetros da costa. No meio do manzuá, uma cabeça de bagre serve de isca.
Deixam lá por um dia e voltam para recolher as lagostas que caíram na armadilha. Mas como saber onde foram deixados os manzuás? O pescador Cosme da Silva dá uma risada: “A gente olha as moitas na terra, tira uma base e vai lá para dentro”, diz apontando o mar. A trama da rede da armadilha é larga o suficiente para deixar passar as lagostas pequenas, que não podem ser pescadas.

A pesca como é praticada nas praias vizinhas é ilegal. No entanto, é a que mais cresce e ameaça a lagosta no Ceará, o Estado que mais produz o crustáceo, e também no Rio Grande do Norte e Pernambuco, os outros grandes produtores – onde nem há mais pesca de manzuá. Por ali, lagosta só com rede, marambaia e mergulhador.
A Praia Redonda

E o problema se agrava: desde 2008, quando o Ibama parou de fazer relatórios, não há dados precisos da produção pesqueira no Brasil – a função caberia ao Ministério da Pesca, escanteado na política federal. Os dados mais confiável são os de exportação. O quadro é preocupante: no ano passado saíram 2.261 toneladas do Ceará até o fim de novembro.

Neste ano, foram apenas 1.113 toneladas até agora.

Ontem, os pescadores da Redonda fizeram um protesto em Fortaleza. Reivindicam fiscalização. E a situação está tão ruim que eles já decidiram parar de pescar um mês antes do defeso – que vai de dezembro a maio. A maioria não respeita a proibição.

“No último defeso se comprava lagosta fresca todo dia no mercado de Mucuripe”, diz Paulo Lira, engenheiro de pesca e pesquisador da Universidade Federal do Ceará. “É um problema seriíssimo de sobrepesca.”
A continuar nessa toada, a renovação desse cobiçado fruto do mar no Brasil fica comprometida. E a lagosta, cada vez mais rara, cara e menor.


Estadão: Legalidade está fora do cardápio

Do blog Paladar:

Por Jose Orenstein
31 de outubro de 2012

FOTO: Filipe Araújo/Estadão
Grelhada, à thermidor, cozida no vapor. Aquela carne branca de sabor suave da lagosta que chega a sua mesa, geralmente com a carapaça, é, muito provavelmente, de origem ilegal. Do mar ao mercado, e do mercado à mesa, o controle de legalidade se dissolve como sal na água.

A procedência das lagostas vendidas em São Paulo, assim como em muitas outras cidades no Brasil e no exterior, é incerta. Não por culpa de quem compra, mas quase sempre de quem vende os crustáceos. O que acontece é que qualquer barco pesqueiro – de qualquer tipo – que possuir uma licença do Ministério da Pesca está tecnicamente autorizado a vender lagosta. Os pescadores, em sua maioria autônomos, passam a atravessadores, que costuram a costa reunindo unidades do crustáceo para serem limpas e embaladas e depois distribuídas – tanto no mercado interno quanto no externo.

É um sistema de comércio que transfere a responsabilidade de fiscalização do pescador para a indústria, diz André Rocha, gerente de produção da Monteiro Pescados, beneficiadora de produtos do mar em Itarema, Ceará.

Ou seja, para o consumidor, é praticamente impossível saber se o crustáceo à venda foi capturado de forma legal ou não.

Comerciantes de peixes do Mercado Municipal de São Paulo e chefs de alguns restaurantes da cidade consultados pelo Paladar precisam confiar nas informações dos fornecedores sobre a procedência do crustáceo, que em geral vem de Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Bahia. Mas não têm como saber se a lagosta foi pescada da forma correta.

Tudo o que podem fazer é conferir a certificação do vendedor. Nada além disso.

Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), das três toneladas que passaram pelas peixarias em 2011, a maior parte veio do Espírito Santo (Marataízes, Vila Velha e Piuma). A situação é a mesma: sabe-se a origem, mas não há nenhuma informação sobre as circunstâncias da pesca.

Ouro do mar. A lagosta é emblema de sofisticação. Mas já foi rejeitada, chamada de aranha do mar, usada como isca e, nos Estados Unidos, antes de ficar chique, era tão abundante que houve tempo em que fazia parte do cardápio dos presídios – porém devia ser servida uma vez por semana apenas, para que os detentos não se rebelassem, como contou Davis Foster Wallace num artigo para a revista Gourmet, que ficou famoso e recentemente foi publicado na revista piauí. No Brasil, até os anos 1950, a lagosta era desprezada. E seu status mudou depois da guerra, por causa de um oficial da Marinha americano, Davis Morgan, que percebeu sua abundância na costa tropical.

O Brasil tem lagosta do Amapá até o Espírito Santo. E o Ceará é o lugar ideal: águas quentes, claras e calcárias (ricas em carbonato de cálcio, que favorece as duas trocas anuais de carapaça que a lagosta adulta faz).

Morgan comprava aqui a preço de banana e revendia lá pelo preço de comida de luxo. Os brasileiros perceberam, a lagosta thermidor apareceu nos cardápios do Rio de Janeiro e o negócio cresceu, puxado pela exportação. Até hoje, cerca de 90% da lagosta brasileira vai para o exterior. A Panulirus argus, a lagosta vermelha, maior, tem mais saída, mas vende-se também a Panulirus laevicauda, a lagosta verde.

Com a crise econômica, a demanda diminuiu nos países ricos, o preço caiu e cresceu espaço para o mercado interno.

Na Praia da Redonda, entre 2002 e 2004, o quilo de lagosta inteira saía por R$ 35 com os pescadores. Hoje, sai por R$ 15. Mas, se o preço caiu na fonte, na cadeia até chegar ao prato ele cresceu exponencialmente. No Mercadão de São Paulo o quilo custa R$ 50, em média. Nos restaurantes, uma lagosta chega a R$ 180.


Fonte: Blog Paladar - Estadão

Estadão faz série de reportagem sobre a escassez da lagosta no Ceará


Pescador de manzuá vazio não é mais novidade na Redonda
31 de outubro de 2012 23h58


 Por Jose Orenstein

Em janeiro de 1962, o pesqueiro francês Cassiopée capturava lagostas na costa do Nordeste quando foi apresado pela corveta Ipiranga. Deflagrou-se uma disputa diplomática incensada pela opinião pública. Os brasileiros reclamavam que os gauleses pescavam com rede, enquanto eles só usavam o covo – variação do manzuá, até hoje usado na Praia da Redonda, no Ceará. Os líderes dos dois países, Jango Goulart e Charles de Gaulle, tiveram de se acertar para evitar um confronto militar. Os franceses acabaram batendo em retirada e encerrou-se a Guerra da Lagosta –sem mortos ou feridos.

Meio século depois, a história se repete, invertendo a máxima: primeiro foi farsa, agora é tragédia. No pequeno município de Icapuí, no Ceará, dois moradores da Praia da Redonda e um da Barrinha morreram na disputa pelo crustáceo. O confronto teve início em 1989, quando barcos motorizados começaram a ameaçar a pesca de barco a vela da Praia da Redonda. “A gente passa 6 meses preservando e eles passam 12 pescando”, diz o pescador da Redonda Eduardo Batista, de 47 anos, que reclama da falta de fiscalização no período do defeso, quando a pesca da lagosta é proibida.

Há dois anos, ele e os companheiros caçaram em alto mar 11 barcos motorizados que pescavam com ajuda de compressores. Jogaram todos na terra e até queimaram um deles. A Polícia Federal interveio e interditou a embarcação dos redondeiros.

A violência amainou este ano, Um muro pintado na rua da Praia na Redonda pede paz. Só que a inédita escassez de lagosta aumentou a rivalidade latente.

Após o dia na água, os pescadores da Redonda reúnem-se no coreto a beira-mar (que chamam de Boca do Povo) para jogar baralho e assuntar. Ali eles tramaram retirar os seus manzuás do mar antes do defeso, para evitar mais prejuízo de voltar de mãos vazias – gastam com isca e refeição a cada saída.

Eles planejam ficar 18 meses sem pescar lagosta. Mas insistem que não adianta pararem de tirá-la do mar se não houver quem impeça a pesca predatória nas praias vizinhas.

Cabe ao Ibama policiar a pesca ilegal, porém o trabalho da agência esbarra nos poucos recursos. A superintendência do Ceará tem apenas um barco para cuidar de 573 quilômetros de costa – com mais de cem pontos de desembarque e 1.943 barcos autorizados a pescar lagosta. A embarcação sai uma vez por mês e passa 15 dias no mar com fiscais e policiais ambientais armados com balas de borracha. Em setembro, a tripulação de um barco flagrado pescando com rede se encapuzou, cobriu o nome com graxa e foi para cima do Ibama. “Não afundaram a gente por milagre”, conta Rolfran Ribeiro, coordenador da fiscalização. “Trabalho há 30 anos nisso. Não damos conta.

Na Redonda, e também nas praias vizinhas, a lagosta é a ocupação natural dos homens. No mar e na areia – em barracas de praia, montadas para receber turistas da vizinha famosa Canoa Quebrada, que sobem nos bugs e disparam pelas areias e famintos. Na barraca do Carlinhos, a suculenta lagosta, frita no alho e óleo, sai por R$ 40. Mas nem todos podem investir no comércio. “Criei meus filhos no mar, mas eles estão com medo de criar os deles também”, diz Francisco Pereira da Silva, de 53 anos. O Bolsa Família ajuda, mas não é suficiente, diz Francisco, que recebe R$ 70 por mês, mas diz gastar R$ 90 só com eletricidade na casa onde mora com cinco filhos. “A gente vive do mar. Do jeito que está não vai dar. Já tem gente passando fome.”

TV Diario: Em Icapuí, moradores reúnem material para construir o museu da cidade

Em Icapuí, moradores reúnem material para construir o museu da cidade. Conhece mais sobre o trabalho dos Gêmeos Marcos Paulo e Luiz Paulo de Morro Pintado; e de Josué de Ponta Grossa

http://t.co/BfMUeXAN