O paradeiro em Icapuí

Definitivamente entramos no paradeiro com todo o sentido que a palavra possa ter. Um paradeiro que não é de hoje, mas no ensejo do paradeiro da pesca da lagosta, acentuou-se mais ainda esse fenômeno. Todas as expressões de movimento da cidade entram em processo de "paradeiro". Há sem dúvida um não sei que capaz de dar ao município uma sensação de estar parado.

Com um pouco de observação criteriosa, qualquer pessoa percebe um ar de falta de movimento, de ir e vir, de deslocamento de pessoas e veículos que inquieta quem viu esta cidade em polvorosa em todos os seus momentos. No conjunto, o silêncio inquietante e intrigante do conflito entre os pescadores, a desaleceração das atividades da Prefeitura Municipal via recesso natalino, a baixa circulação de dinheiro internamente, a ausência de iniciativas municipais de lazer, cultura e entretenimento, o definhamento das grandes festas, a suposta (?) falta de dinheiro no bolso da maioria da população, entre outros fatores deve ser o que está causando essa "precondia" na cidade. E põe precondia nisso!!

A perspectiva das festas natalinas, que a princípio poderia deixar a cidade mais alegre e frequentada por munícipes e turistas ainda não se manifestou. O desejo de uma virada de ano muito animada é o que se visualiza para logo mais e isso já deixa uma expecativa mais positiva. Essa letargia municipal pode ter muitos outros fatores, cabe apenas a cada um procurar refletir sobre o que lhe incomoda. Mas não há para onde correr, há sim um forte clima de "tristeza". Pelo menos é o que se sente.

A praça central de Icapuí é sempre um ótimo termômetro do clima de animação da cidade. Percebe-se logo quando a cidade está mais animada quando para lá acorrem jovens, adolescentes, crianças, adultos. Poucas vezes se tem visto a praça com esse perfil animador. Há alguns meses, escrevi sobre essa ausênicia das pessoas na praça central. Salvo nos grandes shows, o que era expressão da alegria da cidade se torna manifestação de isolamento e solidão, especialmente à noite. Durante o dia ainda há o movimento comercial e aí ameniza.

Talvez fosse bom que se convocasse as pessoas, se proporcionasse eventos, garantisse algo de interessante na praça, montasse uma programação extra, possibilitasse algum show extra, ou uma telão com apresentação de shows, uma apresentação de cantores locais, uma "bandinha" que alegressa o ambiente, sei lá. Algo precisa ser feito para "dar vida" à nossa praça central. Isso precisa sim!

Nesta semana e na próxima, vesperás de Natal, ainda é tempo de trazer essas iniciativas e proporcionar à população uma alternativa ao paradeiro de festividades locais, da mesma forma que se precisa ter alternativas de sobrevivência no paradeiro da pesca.