segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

DN: Editorial - Inovação industrial

Icapuí iniciará produção de Maçãs.
Os países emergentes trazem indicadores de baixos índices de aproveitamento da tecnologia e da inovação, tanto a contribuição desenvolvida pelas universidades, quanto pelo setor da indústria.

Ao mesmo tempo, não há muito interesse em aproveitar as linhas tecnológicas amadurecidas na comunidade acadêmica, como falta entusiasmo para expandir o conhecimento dentro das próprias organizações empresariais. Daí a lentidão em aproveitar, racionalmente, seus ganhos em escala.

Essa defasagem poderá ser atenuada, nos próximos meses, a partir da orientação adotada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia de estabelecer novas parcerias com as empresas privadas para estimular a economia do conhecimento e da inovação. Um novo esforço será feito, prioritariamente, para dar consistência à pesquisa tecnológica industrial.

Essa linha de ação vinha sendo buscada nos últimos tempos, desde quando, no governo, o sistema de pesquisa e inovação da Petrobras superou diversas questões importantes na produção de petróleo. Antes, o Brasil importava petróleo, mas, com os avanços, passou a ter autonomia. Aliada à atividade petrolífera, a recuperação da indústria naval representa outro exemplo significativo de conquistas na área.

O mesmo fenômeno ocorre com o agronegócio, em razão do exemplo do desempenho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Há pouco tempo, no Centro-Oeste, predominava um vazio econômico. Hoje, a região está engajada na produção agrícola de grande porte, voltada para a exportação.

A troca de ministros na área da Ciência e Tecnologia pouco alterou as diretrizes políticas vigentes na Pasta. Assim, o principal projeto da gestão anterior foi absorvido pela atual, centrado na criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapi). Esta será para a indústria o que a Embrapa representa para o agronegócio.

A parceria pretendida pelo governo foca outro segmento capaz de equacionar impasses como a contratação de pesquisadores, em larga escala, para o desenvolvimento de programas de interesse da indústria. Um plano trienal, a ser executado entre 2012 e 2015, criará condições para maior integração com as empresas industriais, interessadas em investir na pesquisa e nos pesquisadores.

O Ceará está colhendo resultados animadores da inovação tecnológica para diversificar a produção agrícola. Em terras semiáridas, foi possível produzir e exportar flores, tropicais e temperadas. Agora, chegou a vez da produção de maçãs. Embora em fase experimental, os resultados de seu cultivo estão deixando pesquisadores e produtores satisfeitos.

O projeto apoiado pelo Banco do Nordeste, o Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, a Embrapa Semiárido, a Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará, o Sebrae e a União do Agronegócio do Vale do Jaguaribe resultou na produção das primeiras maçãs em solo cearense, de excelente qualidade, depois de 14 meses de plantio.

A iniciativa é mais ampla e engloba, também, pera e caqui. As três culturas, selecionadas dentre aquelas com baixa necessidade de frio, apresentam potencial econômico para o mercado interno. Os cultivos foram conduzidos, inicialmente, em Icapuí, Aracati, Limoeiro do Norte, Russas, Pacoti e Tianguá.

A região da Ibiapaba se apresenta com o melhor potencial para expansão dessas três culturas, surpreendendo os condutores da inovação no plantio e difusão do consumo dessas frutas temperadas. 

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