Cidades no Ceará e Sergipe usam iniciativas para ganhar dinheiro com o turismo, mas sempre preservando a natureza. Os turistas são bem recebidos, mas os moradores criaram regras de convivência
Quanto mais movimentado um ponto turístico, mais lixo, mais especulação
imobiliária e desrespeito ao meio ambiente o rodeia. Indo contra este
fluxo, no nordeste do Brasil, algumas iniciativas provam que é possível
ganhar dinheiro com o turismo, preservando a natureza.
Icapuí, no litoral do Ceará, por exemplo, é uma das 13 praias do estado
em que a preservação da natureza é levada a sério. "Aqui, quando a
criança começa a falar, a gente já ensina a preservar a natureza. Eu
tenho orgulho de ter nascido aqui, viver aqui, ter preservado tudo até
hoje", relata o pescador Messias Crispim de Lima.
Com tantas belezas naturais, o turismo em Ponta Grossa, também no
Ceará, é inevitável. Os visitantes são bem recebidos, mas os moradores
criaram regras de convivência. Quem chega no local, já encontra em toda a
praia placas informando sobre o que não pode ser feito por lá. Quem se
dispõe a conhecer a comunidade, tem que seguir as normas.
Uma das regras é não fazer barulho fora de hora. “Aqui é um paraíso, só
de ver o canto dos pássaros, o barulho deles, aqui é bom demais, muito
tranquilo", diz a dona de uma pousada da região.
Ceres dos Anjos Carvalho, oceanógrafa e professora de inglês dos jovens da comunidade, chegou em Icapuí como turista e resolveu ficar: “Poucos os lugares no nordeste ainda estão se segurando na natureza e isso é importante".
Para viver na vila de pescadores, ela precisou de autorização porque existem regras também para a ocupação da praia. Vender terras para forasteiros não é permitido. "É mais fácil de controlar quando existem só nativos na comunidade", afirma Otoniel Crispim da Silva, presidente da Associação de Turismo, Meio Ambiente e Cultura de Ponta Grossa.
Ceres dos Anjos Carvalho, oceanógrafa e professora de inglês dos jovens da comunidade, chegou em Icapuí como turista e resolveu ficar: “Poucos os lugares no nordeste ainda estão se segurando na natureza e isso é importante".
Para viver na vila de pescadores, ela precisou de autorização porque existem regras também para a ocupação da praia. Vender terras para forasteiros não é permitido. "É mais fácil de controlar quando existem só nativos na comunidade", afirma Otoniel Crispim da Silva, presidente da Associação de Turismo, Meio Ambiente e Cultura de Ponta Grossa.
O resultado de tanto cuidado são dunas e falésias livres de ocupação.
"Eu apoio a iniciativa pois querendo ou não, isso aqui é deles. Que eles
possam tirar o melhor proveito possível e que mantenha uma estrutura
que a gente também possa aproveitar", opina o empresário e turista
Wilson Honda.
No nordeste, a natureza preservada é atração turística também longe do
litoral. No agreste de Sergipe, 16 hectares de Mata Atlântica se
transformaram em um refúgio de aves de rapina. O parque dos falcões tem
mais de 300 aves, de 28 espécies diferentes. Por ano, o parque recebe,
em média, nove mil turistas - três mil de outros países. Os visitantes
conhecem cada viveiro para conhecer os hábitos dos pássaros. "Eu sou um
pouco aflita, mas eu até já fotografei com todos os pássaros fazendo
carinho. Estou me surpreendendo", conta a turista Vera Gusmão.
Uma outra praia do Ceará, a do Canto Verde, foi reconhecida como
reserva extrativista e o que era apenas um acordo, agora virou lei: está
proibida a especulação imobiliária no lugar.
Assista o vídeo, clicando AQUI
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Fonte: Jornal Hoje - TV Globo
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