sábado, 3 de abril de 2010

OPOVO: Produção de algas deve gerar 3 mil empregos

Retirado do Jornal O POVO de hoje:

Produção de algas deve gerar 3 mil empregos

Empresa carioca Sete Ondas Biomar vai investir R$ 9 milhões na produção de algas para extrair a carragena, substância muito utilizada na indústria alimentícia. Estimativa é de gerar cerca de três mil empregos no decorrer de três anos de projeto

Andreh Jonathas
andreh@opovo.com.br

03 Abr 2010 - 03h08min


As comunidades estuarinas cearenses vão ter a oportunidade de trabalhar em uma nova atividade. Com um investimento da ordem de R$ 9 milhões, a empresa carioca Sete Ondas Biomar vai manejar a produção de algas vermelhas ao longo do litoral do Ceará para extrair a carragena, produto largamente utilizado na indústria alimentícia e que o Brasil importa 95% do que consome.

O projeto, previsto para ser iniciado ainda este ano, estima gerar cerca de mil empregos, primeiramente. Ao final de dois anos, saltam para três mil os postos de trabalho para pessoas das comunidades. A produção deve, então, chegar a 13 mil toneladas de algas por mês, em três anos.

A proposta, já em fase de levantamento, é abranger todo o litoral do Estado, dividido em polos: Camocim, Acaraú, São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Aracati e Icapuí, informou Pedro Henrique Martins Lopes, técnico da Biomar. A empresa está se instalando no município de Chorozinho.

``Já estamos estudando as áreas nas quais há pessoas que possam participar do projeto e os locais onde é mais propício ao cultivo de algas. Depois, vamos solicitar a outorga da água, dado pelos órgãos ambientais, para nos instalarmos``, explicou. Feito isso, a empresa dá início ao cultivo de algas.

``Com 100% da capacidade em operação, serão 28 mil toneladas por mês de algas úmidas, antes de transformar na carragena``, garante Lopes. Ele explica que somente 15% do vegetal é aproveitado, para fazer o produto.

Além da Biomar, responsável pelo manejo e tecnologia do processo produtivo da carragena, outras entidades vão compor o projeto. Está sendo fechada uma parceria com o Banco do Brasil, para que seja o agente de financiamento das balsas. Além disso, haverá um diálogo com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para dar o treinamento na área de gerenciamento do negócio aos produtores, informou o ex-presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antonio Balhmann. Ele se descompatibilizou na quarta-feira, 31 de março, para concorrer ao pleito de deputado federal pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Ele informou, que, inicialmente, vai ser importado 100% das algas das Filipinas para processar no Ceará. Em seguida, serão desenvolvidas técnicas de produção local.

``O objetivo é superar os períodos de defeso da lagosta, quando as comunidades ficam sem renda. Dá uma alternativa. São outras atividades para gerar renda para as famílias de mar e também as comunidades em águas estuarinas.


E-Mais

>Pioneirismo. Conforme Antonio Balhmann, ex-presidente da Adece e facilitador da implantação da produção extensiva de algas vermelhas, o projeto é pioneiro no País, nesta magnitude que está sendo realizada. Contudo, Paraíba e Rio Grande do Norte já possuem trabalhos semelhantes.

> Serão formados condomínios para os produtores. A secagem das algas é realizada nos próprio polos, por meio de uma estufa, antes de ir à fábrica, em Chorozinho, para ser feito o processamento.

>A Sete Ondas Biomar detém o controle completo da fabricação da carragena. Ela faz do cultivo ao empacotamento.

> A carragena é utilizada pela indústria alimentícia para gelificação, espessamento, estabilização de emulsões, estabilização de proteínas, suspensão de partículas, controle de fluidez e retenção de água. Leva carragena sorvetes, achocolatados, pudins, creme de leite, iogurtes, sobremesas cremosas, queijos, sobremesas em pó, leite de coco. Além disso, o produto vai em pasta de dente, odorizador de ar, comida de cachorro, cosméticos, tintas, emulsões. É obtida de diversos gêneros e espécies de algas marinhas da classe Rodophyta.

Fonte: Jornal O POVO

Nenhum comentário: