segunda-feira, 18 de abril de 2011

Obras em Cascavel e Icapuí para conter o avanço do mar

Os municípios de Cascavel e Icapuí conseguiram verba federal para obras para evitar o avanço do mar. A praia da Caponga terá R$ 1 milhão e a praia de Barrinha, R$ 2,3 milhões
18.04.2011
Na Caponga, foram construídos dois espigões
para minimizar os danos (FOTO: IGOR DE MELO)

O prefeito de Cascavel, Décio Paulo Bonilha Munhoz, diz que já decretou estado de emergência e já obteve do Ministério da Integração Nacional verba no valor de R$ 1 milhão para as obras de contenção na praia da Caponga. No total, segundo ele, a obra deve custar em torno de R$ 4,4 milhões. A primeira etapa da obra consistirá num calçadão que custará R$ 12 milhões e deve ser construído num prazo de três anos.

Segundo ele, a prefeitura já construiu dois espigões, em caráter emergencial, para impedir que derrube a calçada. O custo foi de R$ 80 mil.

Quanto ao Projeto Orla, do Ministério do Meio Ambiente, que tem como pioneiro no Ceará o município de Beberibe, a coordenadora de Turismo, Maíra Ciríaco, informou que já fez inscrição, participou de um seminário, mas que ainda aguarda outro encontro, que será marcado pelo Ministério do Meio Ambiente, para serem formadas as comissões para o Projeto.

Icapuí
 
Já o Ministério da Integração Nacional liberou R$ 2,3 milhões para as obras de contenção na praia da Barrinha, em Icapuí. Mas a Superintendência do Patrimônio da União (SPU-CE), responsável pela liberação das construções, aguarda entedimento com a prefeitura do município. Segundo Clésio Jean de Almeida Saraiva, titular do SPU no Ceará, já foi mantido um contato preliminar, mas ainda faltam acertos. Segundo ele, o ideal será a construção denominada de “bagwall”.

Trata-se de um dissipador de energia que utiliza formas geotêxteis preenchidas com concreto em sua composição. É uma escadaria com cerca de 1,80 metro de altura onde a água bate e retorna. Jean Saraiva informa que o estudo começou nos EUA e, no Brasil, a primeira experiência foi em Alagoas. O “bagwall” é uma proteção nas praias de Ponta Verde, Japaratinga e Marechal Deodoro. No Ceará, está sendo construído, desde o ano passado, na praia do Icaraí, em Caucaia. (Rita Célia Faheina)

O exemplo da educação ambiental para conter o avanço do mar em municípios como Beberibe e Trairi, além do estudo de especialistas do Labomar.

Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Nove praias em seis municípios estão ameaçadas com o avanço do Mar. Prefeituras de Trairi, Caucaia, Cascavel, Beberibe, Aracati e Icapuí devem realizar obras de contenção para evitar prejuízos maiores.

SAIBA MAIS

Estudo foi realizado por técnicos da Pontifícia Universidade Católica
(PUC-RJ), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e universidades federais do Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro.

No Brasil, segundo o estudo da PUC-RJ, Inpe e das universidades federais do Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro, há um patrimônio de R$ 200 bilhões que está ameaçado pelo avanço do mar.

Segundo o mesmo estudo, um investimento de R$ 3 bilhões seria suficiente para proteger a costa dos danos causados pelo avanço do mar.

Os maiores prejuízos são na linha costeira do Rio de Janeiro (RJ), depois em Salvador (BA).

- Estima-se um prejuízo de de R$ 12,1 bilhões em Fortaleza até 2050 e em Recife (PE), R$ 13,1 bilhões. Isso contanto apenas o patrimônio urbano, sem incluir as perdas de ambientes naturais. 




O homem que avançou

 José Maurício de Souza, 54 anos, vendedor de peixes

Zé do Manim, como é conhecido na Caponga, em Cascavel, recorda que, quando era menino, o mar era bem distante da vila. “Não tinha pousadas ou barracas. Por isso é que vivo dizendo que não foi o mar que avançou, mas o homem com as suas construções“.

Fonte: Jornal OPOVO 

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