quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Diário do Nordeste: Pescadores ilegais destroem manzuás

Pescador lançando o manzua, único meio de pesca da lagosta permitido.
O jornal Diário do Nordeste traz mais uma reportagem sobre o conflito entre os pescadores em Icapuí, abordando a atitude dos pescadores que praticam pesca predatória da lagosta em destruir os manzuás dos pescadores artesanais do município.

Segundo a reportagem, após a apreensão dos barcos que faziam a fiscalização ilegal na Redonda, Barcos da pesca predatória retiraram manzuás do mar e destruíram. "Sem as embarcações, utilizadas por conta própria pelos pescadores da Praia da Redonda para a fiscalização do litoral, a pesca predatória retoma ao mar com força."

A reportagem mostra também que a ordem para apreensão dos barcos partiu do Juiz Federal Francisco Luis Rios Alves, da 15ª Vara, Subseção Judiciária de Limoeiro do Norte. "As embarcações foram levadas para Fortaleza. Na tarde de ontem, cerca de três mil moradores da Redonda e praias vizinhas em Icapuí, que vivem da pesca artesanal, reuniram-se para discutir as providências a tomar. (...) A reivindicação da comunidade é que o Ibama permaneça na área. Atualmente, o órgão realiza a fiscalização em botes motorizados, com policiais militares, fiscais e mergulhadores do Corpo de Bombeiros. (..) À exceção da recente intervenção coordenada pela Polícia Federal, há vários anos as autoridades estaduais e municipais se omitem na Guerra."

Como noticiamos na publicação anterior, O gestão nacional do Ibama está preocupado com o conflito em Icapuí e enviou o coordenador nacional de fiscalização Roberto Cabral Borges, a Fortaleza para discutir a fiscalização na cidade. 

Leia a reportagem completa do Jornal Diário do Nordeste (23/09/2010):



GUERRA DA LAGOSTA  

Pescadores ilegais destroem manzuás

23/9/2010
Depois da apreensão dos barcos usados pelos artesanais para fiscalizar o litoral, pesca predatória volta com força

Icapuí. Barcos da pesca predatória avistados no mar de Icapuí, manzuás retirados do mar e destruídos. Este foi o cenário encontrado pelos pescadores artesanais na tarde de ontem. A reação dos lagosteiros ilegais após a operação policial que apreendeu dois barcos abre mais um capítulo na Guerra da Lagosta. Sem as embarcações, utilizadas por conta própria pelos pescadores da Praia da Redonda para a fiscalização do litoral, a pesca predatória retoma ao mar com força.

Com isso, os pescadores artesanais reforçam a reivindicação para que o Ibama mantenha, diuturnamente, sua equipe de fiscalização em alto mar contra a pesca da lagosta com equipamentos proibidos por lei. Os advogados da Associação Monsenhor Diomedes, que reúne as famílias de pescadores de Redonda, vão pedir a devolução das embarcações apreendidas na operação.

Ontem, alguns pescadores artesanais que voltavam do mar traziam para suas famílias uma péssima notícia: não tem lagosta, e seus manzuás (único equipamento permitido pelo Ibama) foram encontrados destruídos. No episódio anterior da Guerra da Lagosta, a comunidade de Redonda foi surpreendida com uma operação na manhã da última terça-feira envolvendo Polícia Federal, Marinha do Brasil e Polícia Militar. Dezenas de agentes armados chegaram, por terra e mar, à Praia da Redonda e apreenderam os barcos Monsenhor Diomedes e Monsenhor Diomedes II, que os pescadores artesanais utilizavam para apreender os barcos dos "alternativos", como se definem os pescadores que utilizam marambaias (tambores vazios jogados no fundo do mar para atrair lagosta) e pesca com mergulho. As duas práticas proibidas pela legislação e deveriam ser fiscalizadas pelo Ibama.

Acirramento

A operação para apreender os barcos dos redondeiros se deu por determinação do juiz federal Francisco Luis Rios Alves, da 15ª Vara, Subseção Judiciária de Limoeiro do Norte. O mandado de busca e apreensão, ao qual a reportagem teve acesso, datava de 20 de julho de 2010. As embarcações foram levadas para Fortaleza. Na tarde de ontem, cerca de três mil moradores da Redonda e praias vizinhas em Icapuí, que vivem da pesca artesanal, reuniram-se para discutir as providências a tomar. Em Fortaleza, a assessoria jurídica da Associação de Moradores tenta recorrer da decisão, a ser encaminhado à Vara Federal de Limoeiro do Norte.

A reivindicação da comunidade é que o Ibama permaneça na área. Atualmente, o órgão realiza a fiscalização em botes motorizados, com policiais militares, fiscais e mergulhadores do Corpo de Bombeiros. A série de operações, denominada Impacto Profundo, percorre toda a costa cearense para coibir a pesca ilegal. A reportagem do Caderno Regional já acompanhou uma dessas viagens e testemunhou a rotina árdua e perigosa da fiscalização. A região de mar entre Icapuí e Aracati é o maior foco de pesca ilegal e, portanto, de maior atenção das equipes do Ibama.

Mas quando o grupo se afasta da região de Icapuí para fiscalizar outras áreas, entra em cena as batalhas da Guerra da Lagosta, entre pescadores artesanais e "alternativos", ou predadores.

Os moradores da Redonda reclamam que a mesma ação da Polícia Federal para apreender seus barcos deveria repercutir na apreensão dos equipamentos ilegais que são utilizados na pesca predatória, atividade predominante no Município e que gera um lucro imediato bem maior que a pesca artesanal. Enquanto num dia o pescador artesanal traz 20kg de lagosta, o pescador "alternativo" recolhe 350 kg no mesmo período.

O conflito no mar se estende para a terra, com a rivalidade entre as comunidades de pescadores da Redonda e os pescadores ilegais de comunidades como Tremembé e Barrinha.

À exceção da recente intervenção coordenada pela Polícia Federal, há vários anos as autoridades estaduais e municipais se omitem na Guerra. Os pescadores travam lutas com armas de fogo e o Ibama tenta, sem sucesso, coibir a pesca ilegal. Os atravessadores, incluindo grupos empresariais, se beneficiam da lucratividade da pesca ilegal da lagosta, produto que vai ficando cada vez mais escasso no mar e caro na mesa dos restaurantes. No próximo sábado haverá mais uma assembleia entre as comunidades de pescadores artesanais de Icapuí.

Pleito
"A Polícia Federal pegou os barcos, mas devia fazer o mesmo com a pesca ilegal"
Maurício Valente
Da Associação Monsenhor Diomedes

MAIS INFORMAÇÕES
Associação Monsenhor Diomedes, (88) 3432.3140
Superintendência da Polícia Federal no Ceará (85) 3392.4867

Melquíades Júnior
Colaborador

Fonte: Diário do Nordeste

2 comentários:

Professor Celestino disse...

Vcs ja observaram que a radio toda sexta feira fica fora do ar? sera que é concidencia ou de proposito? porque sera? Sera que por causa da sessão da camara onde os vereadores de oposição dizer a verdade sobre o desaste da gestão, e o povo fica sabendo que olider do governo não vai aqs sessões da camara. porque sera?

ANTONIO LINDEMBERG DE PAULA disse...

Como ouvinte da rádio FM 102,5 posso lhe assegurar que o problema não é esse.Um meio de comunicação como esse, existe para ouvintes não pra servir a politiqueiros, a bem de que nossos ouvidos não é pinico pra ouvir tanta m.... que alguns dos vereadores falam. Xegou, ningúem merece!!!!!
E para o direção da Rádio.
PARABEEENNNNSSSS!