segunda-feira, 14 de março de 2011

Repórter Eco exibiu reportagem sobre o trabalho com algas da Barrinha.

O programa Repórter Eco da Tv Cultura exibiu no ano de 2009 essa reportagem sobre o grupo de algicultoras da Comunidade da Barrinha. Pelo trabalho desenvolvido pela grupo é que resolvemos publicar a matéria.


Grupo de mulheres cultiva algas marinhas no litoral do Ceará

Para assistir a reportagem, clique AQUI.

Vento forte. Canoa veloz. Assim se traduz Icapuí, nome do município de belas praias no litoral leste do Ceará. Estamos mais acostumados a falar em litoral sul ou norte. Mas é leste mesmo, por causa da posição geográfica do estado. Icapuí tem sessenta e quatro quilômetros de praias. Cerca de dezessete mil e quinhentos habitantes. Eles vivem em pequenas comunidades, principalmente da pesca. E ganham com o turismo também.

Entrevista com Eliabe Crispim da Silva/agente ambiental e estudante de turismo - Pergunta: "Qual é o grande atrativo para o turismo?

R:A gente tem uma biodiversidade muito grande, de dunas, falésias... Tem a nossa históriae a culinária também".

A paisagem é mesmo variada: o mar azul clarinho convive com coqueirais, falésias, dunas, matas de tabuleiro e manguezais. Outra riqueza de Icapuí está embaixo de água: são as algas marinhas da espécie Gracilaria, que quase desapareceram da região.

Questões como 'equilíbrio ambiental' e 'sustentabilidade' nem passavam pela cabeça dos pescadores aqui de Icapuí. Por muitos anos eles foram ao mar extrair algas que vendiam a um preço muito baixo, sem se preocupar se elas iam continuar existindo ou não".

Entrevista com Francileide da Costa/algicultora - Pergunta:"Era muito sacrificado fazer a coleta?

R: Era. A gente saía às cinco horas e chegava às doze do dia. A pé, mais de oito quilômetros a gente andava dentro do mar, batendo água. Muitas vezes, quando voltava, era pulando a jangadinha, porque não dava mais pé com a água tão alta".

Entrevista com Aldeneide da Silva /algicultora -
" Como acabou o banco natural, os peixes também se acabaram, foram embora".

Entrevista com Maria Marli da Costa Soares/algicultora -
" E aí a gente se reuniu em grupo prá plantar, prá não deixar acabar"

Estas mulheres da comunidade de Barrinha, muitas casadas com pescadores, se dedicam a uma tarefa incomum no Brasil: o cultivo de algas marinhas. Alguns homens também participam, mas elas são maioria.

As algicultoras têm entre dezoito e cinqüenta e três anos. Todas mostram entusiasmo e disposição juvenil prá encarar essa atividade desgastante, à base de sol e sal.O manejo só é feito duas vezes por mês, nas marés que fazem baixar bem o nível do mar durante um período do dia. Pequenas mudas da gracilaria, conhecida como "macarrão fino", são retiradas dos bancos naturais, que ficam no fundo do mar, e, como dizem elas, "plantadas" nas cordas. Durante dois meses crescem dentro d'água. Depois são cortadas. É preciso fazer limpezas periódicas das plantas pra tirar o lodo que se acumula ali e preservar a biodiversidade. Pequenos peixes, mini lagostas, ostras. Durante a limpeza, todos são devolvidos pro mar. O cultivo das algas, que é base da cadeia alimentar marinha, está trazendo a vida de volta. Os pescadores reclamavam que o pescado tinha diminuído muito.

Autor:
Editora-Chefe:Vera Diegoli. Reportagem: Cláudia Tavares. Pauta:Maria Zulmira de Souza. Imagens: Alexandre Bissoli. Operador de Áudio: Sebastião Avelino. Supervisão Geral: Washington Novaes.

Fonte: Repórter Eco - TV Cultura

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