Escrito por Kristina de Hollanda
Membro do GDTur e
proprietária da Pousada Casa da Kristina
Uma tentativa de analisar este conceito tão atual, em ponto de vista dos empreendedores turísticos aqui em Icapuí, apresentada na reunião de GDTur dia 9 de junho 2011.
A. Turismo – Turistas – Quais são?
Pessoas que vêm visitar um lugar, ficando pouco tempo, sem trabalhar, sem moradia própria, para descansar, se divertir, comer e beber bem.
Elas vêm à pé, de moto, de carro, de ônibus, de avião...
Qual é o lado bom dos turistas? Trazem dinheiro, as vezes amizade, outras culturas. Qual é o lado ruim dos turistas? . ” O turista é um parasita perigoso! Ele viaja de avião e de carro, gastando combustível sujando o nosso ar e a nossa vegetação; ele toma espaço para estacionar o seu veículo; ele usa e suja a nossa água; ele come e bebe muito, ele exige um lugar limpo para dormir e se encontrar; ele gera muito esgoto e lixo; ele pode ser barulhento e causar poluição sonora; ele estraga a natureza e perturba os animais; para não falar de outros riscos piores ainda: tráfico de drogas e prostituição; mais violência; especulação de terra e construção de casas fora das tradições locais e até ilegais.” (KdH 31/05/2009)
O dinheiro que eles trazem é suficiente para evitar todas estas coisas ruins e para melhorar a situação?
B. Sustentabilidade – O que é?
Sustentar = Manter vivo, sem destruir nada.
Manter o que vivo? Manter quem vivo? O turismo? Os turistas?
Também, mas o significado é manter o lugar, o meio ambiente, que os turistas visitam, e o povo que mora neste lugar, vivas, sem destruir nada ou ninguém.
A sustentabilidade se divide em quatro princípios: Ambiental, sócio-cultural, econômico e político-institucional. Estes princípios vamos tratar um por um nas próximas reuniões.
Mas primeiro precisamos uma VIDA SUSTENTÁVEL, que a gente não tem mais, e nem tem como garantir para nós mesmos, nem individualmente, nem empresarialmente, nem com a comunidade e nem com os governos dos três níveis e outras autoridades. A gente mesmo faz muito bem estas coisas ruins que dizemos que os turistas fazem!
Aqui em Icapuí está faltando peixe e lagosta, alimentos em geral temos que comprar de fora do município, temos problemas com o abastecimento de água, com tratamento de esgoto e lixo, tem risco de erosão e avanço do mar, temos falta de segurança e de saúde que funcionam bem, temos falta de urbanização com boa manutenção e de fiscalização de construções, falta de educação em geral, etc...
É assim que entra o TURISMO SUSTENTÁVEL como uma das poucas soluções para nos ajudar a levantar e melhorar a nossa situação já tão precária. Achando que os turistas, estas parasitas vão poder nos ajudar a levantar o astral, cuidar melhor desta paisagem de Icapuí tão maravilhosa, significa um desafio muito grande e complicado. Precisa uma consciência bem alerta, precisa muito mais cuidados e exige um equilíbrio muito delicado. Precisamos de organização e administração, de controle e disciplina, de informação e fiscalização, de educação e exigências, de regras e rotinas, de iniciativa e muita garra em todos os níveis – o próprio povo, os empresários com os seus funcionários, os governos e os turistas, todos entram nesta luta de transformação para um DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA TODOS.
E nós precisamos saber como nos relacionar bem para cima e para baixo, entre nós, com as turistas e com os representantes dos governos e outras autoridades, para não só sobreviver, mas viver com alegria e dignidade, todo mundo respeitando o outro e a natureza.
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