segunda-feira, 21 de junho de 2010

Artigo: As faces da TV

O blog A Cidade Icapuí ampliará sua categoria "Artigo". Essa categoria foi criada inicialmente para publicar artigos  de opinião sobre qualquer aspecto de nosso município. Agora ampliando a participação das pessoas com o blog, publicando também artigos sobre qualquer tema, desde que o autor seja de Icapuí. 

No primeiro artigo geral, publicamos o Artigo "As faces da TV", escrito por Marcos Nunes escrito para a disciplina Análise e Expressão Textual  do curso Bacharelado em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Para enviar seu artigo é só enviar para nosso email (acidadeicapui@gmail.com) .

Abaixo o texto:


As faces da TV
                                                                                          
A televisão nacional sempre foi concentrada na mão de uma elite através do patrocínio e apoio político dos chefes do centro do poder nacional. A monopolização do direito de transmissão é caracterizada pelas concessões públicas a grupos políticos de várias regiões alinhados ao padrão ideológico para que se garanta a sustentação dos seus ideais, bem como para aumentar suas riquezas e influências dentro do estado com o propósito de agilizar os seus próprios negócios. Recentemente, essa premissa ficou muito evidente com o duelo da concorrência de duas grandes emissoras, debelados entre a rede Globo e a rede Record, caso esse de grande repercussão nacional, exatamente porque ambas trocaram diversas acusações que comprovam as afirmações preliminares.

            Nos moldes monopolistas atuais é imaginável pensar uma televisão imparcial e ética, pois ela existe expressivamente de fato e de direito a serviço da elite dominante, que a utiliza fortemente como um aparelho ideológico a serviço da manutenção do seu statos quo, utilizando-se de técnicas muitas vezes imperceptíveis a pessoas comuns, seja muitas vezes por ocultar ou amenizar informações importantes, seja para transformar assuntos secundários em questões excepcionais, ou simplesmente para ocupar a mente das pessoas com novela, reality show, programas que realçam a vulgaridade, dentre outros lixos televisivos.

            É evidente que não se pode creditar a TV por todos os males da sociedade, mas negar a ela, a sua contribuição acintosa para alienação da população, seria no mínimo, desconhecer a força que a propagação deste meio tem dentro da sociedade, então, qual a explicação existente para um time de futebol do sudeste ser muito querido no nordeste? Ao tentar responder a esta indagação, pode-se chegar a muitas respostas, mas dentre elas, é inconcebível negar o papel decisivo que teve a TV nesta repercussão. Portanto, antes de uma pessoa digerir qualquer informação televisiva, deveria sujeitá-la a uma análise profunda para tentar desvendar os interesses escusos.

            Enquanto a democratização das concessões não se efetiva na prática, é imprescindível que os telespectadores aprimorem a capacidade do seu senso crítico, além de tentar diversificar as fontes de informações, outra estratégia que poderia ser interessante, é procurar outros meios de informação, objetivando o confronto opiniões diversas. Em fim, o mundo deve ter a cor, a cara e os ideais que cada um deve construir para si, a passividade do telespectador deve ser evitada, como bem enfatiza o compositor Raul Seixas: “eu que não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”, estagnar-se na opinião maquiavélica acabada e pronta da televisão, é nos colocar na condição de reféns sem ter o direito se quer de saber o que somos de fato dela.


Marcos José Ferreira Nunes
Estudante do Curso Bacharelado em Ciência e Tecnologia


Texto solicitado pela professora Auristela Crisanto da Cunha da disciplina de Análise e Expressão Textual - Universidade Federal Rural do Semi-Árido

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