quinta-feira, 10 de junho de 2010

Artigo: A OLIGARQUIA DOS MAUS POLÍTICOS

Publicamos um artigo do Professor Celestino Cavalcante, que é presidente do Partido Comunista do Brasil - PCdoB em Icapuí, com o título "A Oligarquia dos maus políticos" que expõem sua opinião sobre a politica em Icapuí.

O categoria "Artigo" é um espaço aberto a todos para publicar suas opiniões sobre a nossa cidade. Caso você queira participar desse espaço, mande seu texto para o nosso email: acidadeicapui@gmail.com

Abaixo o Artigo do professor Celestino:




A OLIGARQUIA DOS MAUS POLÍTICOS


     O termo oligarquia é aplicado a um governo de poucas pessoas, que exercem o poder em beneficio próprio. A palavra oligarquia tem origem grega, e significa literalmente, governo de poucos. Os gregos inventaram tal termo para designar uma forma distorcida, degenerada e negativa de aristocracia. As oligarquias são grupos sociais formados por aqueles que detêm o domínio da política  e que exercem esse domínio no atendimento de seus próprios interesses e em detrimento das necessidades das massas populares.

Alguns estados e municípios do Brasil ainda perduram as chamadas oligarquias políticas  (famílias) que se apoderam do poder.  No nordeste, por exemplo, podemos citar:  família Sarney no Maranhão, família (ACM) na Bahia, Família Collor e  Calheiros em alagoas, família Maia, Alves e Rosado no RN dentre outros.

     Não obstante, em alguns municípios no interior dos estados brasileiros essas oligarquias também imperam, são os pequenos municípios aonde se pratica a política de troca de favores na qual os eleitores são tidos como “clientes”. O político pauta seus projetos e funções de acordo com interesses de indivíduos, familiares e/ou grupos, com os quais cultiva uma relação de proximidade pessoal. Em troca, o político recebe votos. É o famoso clientelismo que diz respeito a trocas individuais de bens privados entre atores desiguais, chamados de patrões e clientes. A origem dessas relações é vinculada à sociedade rural “tradicional”, aos laços entre latifundiários e camponeses, fundados na reciprocidade, confiança e lealdade. 

     Em Icapuí, essa prática é muito comum, os “maus políticos” possuem diversas famílias como seus reféns nas eleições. É a famosa troca de favores, em que o político durante a sua administração arruma uma caçamba, um aluguel do carro, um servicinho ou um emprego (aquele que passa apenas o cartão no dia do pagamento) para determinado(a) cidadão(a) em troca, toda aquela família vota naquele político. Essa pratica é também conhecida por apadrinhamento. Também existe o clientelismo devido aos empregos fornecidos em compromissos de campanha. Por causa disso os nossos políticos entopem as prefeituras de pessoas com cargos mixurucas, transformando a mesma em CABIDE DE EMPREGOS, quando o certo seria fazer o enxugamento da folha de pagamento, despedindo todos os vagabundos que ficam pendurados nas tetas do poder público, pesando no orçamento do município e colocando pessoas que realmente fazem alguma coisa pela cidade recebendo salários defasados. Desta e de muitas outras formas, muitos políticos tradicionais do Brasil do Ceara e do nosso município, conseguem construir seus CURRAIS, seus redutos de votos, tendo muitos votos por conta do clientelismo. E ainda existe a famigerada corrupção que é a pior coisa que acontece. É a mãe de todas as misérias e dificuldades de nosso povo. É o roubo do dinheiro do povo, das crianças, dos idosos, das mulheres. “Grande parte desse mal nasce dos maus políticos” e perduram em função das famigeradas oligarquias. 

     Celestino Cavalcante
Presidente do PCdoB de Icapuí

2 comentários:

Rerisson Costa disse...

É Celestino,

Há algum tempo venho percebendo essa arquitetura oligárquica do poder em Icapuí, embora ainda não tenha conseguido encaixar todas as partes desse quebra-cabeça, me parece que isso tem raízes bastante profundas e que vem se consolidando há bastante tempo.

É pena ver o povo icapuiense padecer nas mãos desses verdadeiros "honoráveis bandidos". “Essas figuras que, de tempos em tempos, afrouxam as fibras do chamado tecido social. É de se lhes tirar o chapéu. Conseguem sentar nas cadeiras mais insuspeitas, dignas das pessoas mais honradas. Emprestam seus nomes a ruas, escolas, edifícios públicos, rodovias, até cidades. São aqueles que, de tanto triunfar na ignomínia, Rui Barbosa inculpa de levar gente honesta a ter vergonha de ser honesta”.

Esse trecho transcrito parece destinar-se a realidade de Icapuí. Não o é exclusivamente. É um trecho do livro “Honoráveis Bandidos” de autoria de Palmério Dória, onde o mesmo faz um retrato do Brasil no que ele chama de “a era Sarney”. Isso mesmo, o que parece ser destinado aos “nossos Josés”, na verdade fora escrito sobre José Sarney.

Isso certamente indica que a estrutura oligárquica local realmente tem “bons” referenciais. Ou não seria José Sarney um ótimo professor na formação de Honoráveis Bandidos?

Bom é saber, ao menos, que temos sujeitos como você, que percebem e escancaram essas situações. Espero mesmo que continue assim... cumprindo esse importante papel.

Siga na Luta!

Rerisson Costa

Prof. Mauro disse...

Caro Celestino, esse é um mal que todos os icapuienses conhecem, mas que não tem feito nada para mudar a realidade que já se arrasta há décadas. Pena que possa ser aplicado em Icapúi a frase que diz: " A sociedade tem os políticos que merecem"., pois não podemos deixar de citar a falta de militância política por parte de nosso povo, uma vez que estamos nos acostumando com o errado e esquecendo que um dia fomos uma cidade onde o militarismo político era exemplo para o Brasil. Então pergunto: O que nos aconteceu? Para onde vamos? Onde queremos chegar? Que futuro terão nossos filhos? Isso é algo a ser refletido com urgência pela nossa população. Parabéns pela reflexão profícua que instiga com o texto.