sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Diário do Nordeste: Falha técnica atrasa início de obras

A prefeitura demoliu uma escola que teve um de seus muros derrubados pela força das ondas 
FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR



11.02.2011
Falha Técnica atrasa início de obras

Icapuí. Um misto de burocracia e falha técnica atrasou, ainda mais, o início das obras para tentar conter o avanço do mar na Praia da Barrinha, neste Município do Litoral Leste. O recurso emergencial de R$ 2,3 milhões, que segundo a Prefeitura de Icapuí já estavam assegurados, ainda não foi liberado por causa de um possível erro de interpretação no parecer técnico.

O caso foi levado diretamente ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho. Enquanto isso, continua a angústia das famílias, entre as que perderam casas para o mar e as que estão no risco iminente.

O departamento jurídico do Ministério da Integração Nacional recebeu o projeto elaborado pela Prefeitura de Icapuí, para criação de muro de contenção do avanço do mar. Foi dado no parecer técnico que o projeto apresentado trata de uma obra de prevenção.

O que seria um erro de interpretação, segundo a Prefeitura, na medida em que uma escola e casas já foram danificadas (embora depois preventivamente destruídas) pela força das águas do mar. O caso, então, seria obra de contenção das águas acompanhada de obras de reconstrução da estrutura que hoje não mais existe.

Para resolver o problema, estiveram em Brasília o prefeito de Icapuí, José Edilson, o vereador Lacerda Filho e o deputado federal José Airton. Reunidos com o ministro Fernando Bezerra Coelho, apontaram, com fotos, os estragos causados pelo mar nas praias de Barreiras, Requenguela, Picos, Peroba, Barrinha e Redonda.

Tentaram convencer que se trata, de fato, de uma obra de reconstrução, não de prevenção. O caso deve ser novamente analisado pelo departamento jurídico do Ministério, com expectativa de um novo parecer favorável à liberação até semana que vem.

O plano de trabalho para os R$ 2,3 milhões a serem aplicados na Praia de Barrinha, localidade de Mutamba, consistem em R$ 525 mil para a reconstrução de casas, uma escola, outros R$ 197 mil para a reconstrução de uma estrada e R$ 1,5 milhão na construção de um morro de contenção das ondas, o "bagwall", espécie de escadaria de concreto do mar para a praia.

Desde o dia 21 de janeiro várias famílias estão em abrigos, na casa de parentes ou imóveis alugados. Segundo o boletim "Tabua das Marés", fornecido pelo Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), são previstas ondas de até 3,8m entre 17 e 21 deste mês no mar de Icapuí. Para março, segue com ondas do mesmo tamanho.

MELQUÍADES JÚNIOR
COLABORADOR

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