Rede Cearense de Turismo Comunitário recebe, em Berlim, prêmio To Do!
A Rede Tucum, experiência pioneira de turismo comunitário no Ceará, recebe, no próximo dia 13 de março, o prêmio To Do! concedido pelo Studienkreis für Tourismus und Entwicklung (Instituto de Turismo e Desenvolvimento, na Alemanha) a iniciativas de turismo socialmente justo. A premiação será entregue durante a 43ª International Tourism Exchange (ITB), em Berlim, a maior feira de turismo da Europa.
A (a experiência) Tucum foi avaliada no final de 2008, entre os dias 30 de novembro e 11 dezembro. Segundo Klaus Betz, avaliador do prêmio, em sua justificativa para a candidatura da Tucum, a articulação promovida pela Rede é defensora do turismo comunitário e respeita os diferentes ritmos, habilidades e fases de desenvolvimento dos sujeitos e das comunidades envolvidas. Essa diversidade aproveitada na construção e marketing de seus produtos e serviços. Betz ressalta que o desenvolvimento do turismo comunitário no Ceará representa uma atividade de resistência e luta contra especuladores imobiliários. É uma estratégia para que as comunidades possam gerir a crescente procura turística de seus territórios.
A despeito da idéia difundida mundialmente das potencialidades do turismo em gerar emprego, distribuir renda e melhorar a vida das populações locais, tem-se observado constantemente a associação do modelo tradicional de turismo de massa e de luxo (resorts) a problemas como segregação sócio-espacial, concentração de renda, impactos sócio-ambientais dentre outros impactos. É no intuito de questionar esse modelo e repensar a atividade turística que surge, em 1995, o prêmio To Do! - uma iniciativa do Studienkreis für Tourismus und Entwicklung (Instituto de Turismo e Desenvolvimento), na Alemanha, em mérito a propostas de turismo socialmente responsável.
Entre os anos de 1995 e 2008, cerca de 250 projetos em 63 países dos cinco continentes participaram do To Do! Segundo o site do Studienkreis für Tourismus und Entwicklung, 60% dos candidatos ao prêmio pertencem aos chamados países em desenvolvimento, o que demonstra o crescimento do debate e da realização de projetos de turismo socialmente justo nesses locais, ao mesmo tempo em que cresce a demanda européia pela discussão e prática do comércio solidário e do turismo sustentável. Durante a história do To Do! 32 projetos foram premiados, dentre eles 27 representam experiências de países pertencentes à África, Ásia e América Latina. No Brasil, somente a Prainha do Canto Verde, em Beberibe, Ceará, hoje membro da Rede Tucum, foi contemplada com a premiação, em 1999.
Além do Brasil, outras duas experiências no Peru e na Suiça receberão o To Do! Para receber o prêmio e representar a Rede Tucum na ITB, a maior feira de turismo da Europa, a assessora do Instituto Terramar Vanessa Lima viaja para a Alemanha. Aproveitando a oportunidade realizará encontros de promoção da Tucum com grupos e organizações não-governamentais na Itália, França, Holanda e Alemanha.
Para entender a Rede Tucum
Tucum é uma fibra extraída de uma palmeira com a qual eram feitas as primeiras redes de pescar e redes de dormir no norte e nordeste do Brasil. Desta planta também se extrai a madeira que serve de matéria- prima para uma grande variedade de produtos artesanais. O anel de tucum é o mais famoso deles, símbolo da resistência e da luta de muitos movimentos sociais em toda a América Latina. Por isso, o nome Rede Tucum faz referência a beleza e tradição dos povos tradicionais desta região e identifica o compromisso das comunidades na histórica resistência e organização na Zona Costeira do Ceará.
A Rede Tucum é um projeto pioneiro de turismo comunitário no Ceará voltado para a construção de uma relação entre sociedade, cultura e natureza que busque a sustentabilidade sócio-ambiental. Nessa proposta de turismo, as populações locais possuem o controle efetivo sobre o desenvolvimento e gestão das atividades, baseando-se na gestão comunitária ou familiar das infra-estruturas e serviços turísticos e na economia solidária.
Fazem parte dessa articulação destinos turísticos já consolidados como a Prainha do Canto Verde (Beberibe), Ponta Grossa (Icapuí) e Tremembé (Icapuí) que desenvolvem o turismo comunitário e solidário desde o final da década de 1990. Além destes, outras iniciativas iniciaram mais recentemente o processo de estruturação local do turismo comunitário espelhando-se nas comunidades com mais experiência. Segundo Rosa Martins, do Instituto Terramar, as primeiras discussões em torno da rede iniciaram em 2006, durante uma oficina realizada em Fortaleza. Desde então, as comunidades vêm se estruturando e participando de vários cursos, formações, planejamentos e elaboração de estratégias de promoção e marketing.
A Tucum está sendo construída a muitas mãos. Atualmente, conta com a participação de dez comunidades costeiras, entre indígenas, pescadores e moradores de assentamentos rurais, dois locais de hospedagem solidária em Fortaleza, além de três ong's que prestam assessoria institucional à rede - Instituto Terramar (Brasil), Associação Tremembé (Itália) e Fundação Amigos da Prainha do Canto Verde (Suíça). Essa articulação se movimenta, ainda, com o apoio de outros parceiros como o Intervita (Itália), a Icco (Holanda), o EED (Alemanha) e o Ministério de Turismo do Brasil.
Para o público nacional e internacional, a Rede oferece um produto turístico genuíno e de qualidade, projetado para a interação entre povos e culturas, atento a proteger e valorizar sujeitos e territórios e se integra às demais atividades econômicas tradicionais. A Rede busca o fortalecimento do turismo comunitário, oferecendo belas paisagens aliadas ao compromisso social e à sustentabilidade. Juntas, as comunidades membros se fortalecem, fomentando a troca de experiências e a cooperação, compartilhando saberes e a construindo estratégias coletivas de superação dos desafios enfrentados pela zona costeira.
Comunidades e grupos que compõe a Rede Tucum
Alojamento Frei Humberto do MST (Fortaleza) e Associação Mulheres em Movimento no Conjunto Palmeiras (Fortaleza), Batoque (Aquiraz), Jenipapo-Kanindé (Aquiraz), Prainha do Canto Verde (Beberibe), Assentamento Coqueirinho (Fortim), Ponta Grossa (Icapuí), Tremembé (Icapuí), Tatajuba (Camocim), Curral Velho (Acaraú), Caetanos de Cima (Amontada), Flecheiras (Trairí).
A (a experiência) Tucum foi avaliada no final de 2008, entre os dias 30 de novembro e 11 dezembro. Segundo Klaus Betz, avaliador do prêmio, em sua justificativa para a candidatura da Tucum, a articulação promovida pela Rede é defensora do turismo comunitário e respeita os diferentes ritmos, habilidades e fases de desenvolvimento dos sujeitos e das comunidades envolvidas. Essa diversidade aproveitada na construção e marketing de seus produtos e serviços. Betz ressalta que o desenvolvimento do turismo comunitário no Ceará representa uma atividade de resistência e luta contra especuladores imobiliários. É uma estratégia para que as comunidades possam gerir a crescente procura turística de seus territórios.
A despeito da idéia difundida mundialmente das potencialidades do turismo em gerar emprego, distribuir renda e melhorar a vida das populações locais, tem-se observado constantemente a associação do modelo tradicional de turismo de massa e de luxo (resorts) a problemas como segregação sócio-espacial, concentração de renda, impactos sócio-ambientais dentre outros impactos. É no intuito de questionar esse modelo e repensar a atividade turística que surge, em 1995, o prêmio To Do! - uma iniciativa do Studienkreis für Tourismus und Entwicklung (Instituto de Turismo e Desenvolvimento), na Alemanha, em mérito a propostas de turismo socialmente responsável.
Entre os anos de 1995 e 2008, cerca de 250 projetos em 63 países dos cinco continentes participaram do To Do! Segundo o site do Studienkreis für Tourismus und Entwicklung, 60% dos candidatos ao prêmio pertencem aos chamados países em desenvolvimento, o que demonstra o crescimento do debate e da realização de projetos de turismo socialmente justo nesses locais, ao mesmo tempo em que cresce a demanda européia pela discussão e prática do comércio solidário e do turismo sustentável. Durante a história do To Do! 32 projetos foram premiados, dentre eles 27 representam experiências de países pertencentes à África, Ásia e América Latina. No Brasil, somente a Prainha do Canto Verde, em Beberibe, Ceará, hoje membro da Rede Tucum, foi contemplada com a premiação, em 1999.
Além do Brasil, outras duas experiências no Peru e na Suiça receberão o To Do! Para receber o prêmio e representar a Rede Tucum na ITB, a maior feira de turismo da Europa, a assessora do Instituto Terramar Vanessa Lima viaja para a Alemanha. Aproveitando a oportunidade realizará encontros de promoção da Tucum com grupos e organizações não-governamentais na Itália, França, Holanda e Alemanha.
Para entender a Rede Tucum
Tucum é uma fibra extraída de uma palmeira com a qual eram feitas as primeiras redes de pescar e redes de dormir no norte e nordeste do Brasil. Desta planta também se extrai a madeira que serve de matéria- prima para uma grande variedade de produtos artesanais. O anel de tucum é o mais famoso deles, símbolo da resistência e da luta de muitos movimentos sociais em toda a América Latina. Por isso, o nome Rede Tucum faz referência a beleza e tradição dos povos tradicionais desta região e identifica o compromisso das comunidades na histórica resistência e organização na Zona Costeira do Ceará.
A Rede Tucum é um projeto pioneiro de turismo comunitário no Ceará voltado para a construção de uma relação entre sociedade, cultura e natureza que busque a sustentabilidade sócio-ambiental. Nessa proposta de turismo, as populações locais possuem o controle efetivo sobre o desenvolvimento e gestão das atividades, baseando-se na gestão comunitária ou familiar das infra-estruturas e serviços turísticos e na economia solidária.
Fazem parte dessa articulação destinos turísticos já consolidados como a Prainha do Canto Verde (Beberibe), Ponta Grossa (Icapuí) e Tremembé (Icapuí) que desenvolvem o turismo comunitário e solidário desde o final da década de 1990. Além destes, outras iniciativas iniciaram mais recentemente o processo de estruturação local do turismo comunitário espelhando-se nas comunidades com mais experiência. Segundo Rosa Martins, do Instituto Terramar, as primeiras discussões em torno da rede iniciaram em 2006, durante uma oficina realizada em Fortaleza. Desde então, as comunidades vêm se estruturando e participando de vários cursos, formações, planejamentos e elaboração de estratégias de promoção e marketing.
A Tucum está sendo construída a muitas mãos. Atualmente, conta com a participação de dez comunidades costeiras, entre indígenas, pescadores e moradores de assentamentos rurais, dois locais de hospedagem solidária em Fortaleza, além de três ong's que prestam assessoria institucional à rede - Instituto Terramar (Brasil), Associação Tremembé (Itália) e Fundação Amigos da Prainha do Canto Verde (Suíça). Essa articulação se movimenta, ainda, com o apoio de outros parceiros como o Intervita (Itália), a Icco (Holanda), o EED (Alemanha) e o Ministério de Turismo do Brasil.
Para o público nacional e internacional, a Rede oferece um produto turístico genuíno e de qualidade, projetado para a interação entre povos e culturas, atento a proteger e valorizar sujeitos e territórios e se integra às demais atividades econômicas tradicionais. A Rede busca o fortalecimento do turismo comunitário, oferecendo belas paisagens aliadas ao compromisso social e à sustentabilidade. Juntas, as comunidades membros se fortalecem, fomentando a troca de experiências e a cooperação, compartilhando saberes e a construindo estratégias coletivas de superação dos desafios enfrentados pela zona costeira.
Comunidades e grupos que compõe a Rede Tucum
Alojamento Frei Humberto do MST (Fortaleza) e Associação Mulheres em Movimento no Conjunto Palmeiras (Fortaleza), Batoque (Aquiraz), Jenipapo-Kanindé (Aquiraz), Prainha do Canto Verde (Beberibe), Assentamento Coqueirinho (Fortim), Ponta Grossa (Icapuí), Tremembé (Icapuí), Tatajuba (Camocim), Curral Velho (Acaraú), Caetanos de Cima (Amontada), Flecheiras (Trairí).
Colaboração: Camila Garcia (Estagiária de Comunicação da Rede Tucum).
Fonte: AnotE
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