terça-feira, 25 de maio de 2010

Diario do Nordeste: Colônias ameaçam parar atividades

Extraído do Jornal Diário do Nordeste de hoje:

MAL REMUNERADOS - Colônias ameaçam parar atividades

Icapuí.
Colônias de pescadores artesanais da lagosta dos litorais leste e oeste do Ceará ameaçam paralisar os trabalhos de captura desse crustáceo. A alegação é de que os pescadores estão sendo mal remunerados pelo produto, que só começam a ganhar preços altos nas mãos de atravessadores, que negociam diretamente com o mercado europeu. A medida pode acontecer nas próximas semanas e gerar um desabastecimento caso não haja um aumento. Hoje, o valor pago aos pescadores é de R$ 14,00 pelo quilo da lagosta.

Nas primeiras semanas do ano passado, logo após o fim do período de defeso da lagosta, o pescador recebia R$ 10,00 pelo quilo do produto. Mas o aumento de R$ 4,00 para o atual período não é considerado suficiente para os trabalhadores. "Enquanto eles pagam mal a gente, os empresários estão recebendo em euro, pois vendem para o mercado europeu. Antes da gente ir para o mar eles já fazem o contrato com os compradores", afirma Maurício Valente, do grupo de pescadores da Redonda. Eles alegam que o valor inicial da primeira pesca é determinado pelo grande atravessador, e só após o retorno do mar. "Se a gente soubesse que iam comprar somente a R$ 14,00 o quilo, nem teríamos ido para o mar, mas eles só dizem depois que a gente tá com o material. O que interessa a eles é cumprirem os contratos com os estrangeiros e botarem o dinheiro no bolso".

A articulação para a possível paralisação é feita entre as cerca de 20 colônias de pescadores da lagosta no Ceará. Eles reivindicam que seja pago R$ 20,00 pelo quilo da lagosta pescada. Com a medida, a lagosta pode ficar escassa no Ceará e em países da Europa, que compram o crustáceo em contratos firmados ainda durante o defeso.

Até a próxima semana, os pescadores esperam receber, na íntegra, a sexta parcela do seguro-pesca, de um salário mínimo, apesar de, com a antecipação do fim do defeso em 15 dias, por determinação do Ibama e do Ministério da Pesca, os trabalhadores não ficarem parados os seis meses completos. (MJ)

Fonte: Jornal Diário do Nordeste

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