quinta-feira, 13 de maio de 2010

Início da pesca da lagosta é antecipada: a batalha começa mais cedo


Os pescadores da lagosta estão em movimentação intensa, preparando seus barcos e material de pesca. Alguns já partiram para outros estados para dar início a captura do crustáceo. Tudo isso devido à antecipação do período de defeso da lagosta pelo Governo Federal, que estipulou o dia 16 de maio, domingo próximo, para o início do período pesqueiro. A data limite estipulada anteriormente era de 1 de dezembro à 31 de maio.

A Comissão Interministerial da Gestão Compartilhada do Uso dos Recursos Pesqueiros dos Ministérios da Pesca e Aquicultura (MPA) e do Meio Ambiente (MMA) reduziu esse prazo em 15 dias motivados por uma solicitação do setor pesqueiro, que se embasaram em estudos ambientais e sócio-ecônomicos e seus impactos na produção no setor pesqueiro no Brasil. O estudo mostra que haverá valorização do produto brasileiro no mercado exterior e aumento na qualidade da lagosta. Estima-se também que haverá um aumento no preço de comercialização da lagosta que beneficiará diretamente os pescadores, os primeiros na linha de "produção" na pesca da lagosta.

Curiosamente, essa antecipação só será válida para o ano de 2010 e estava prevista no Plano de Ordenamento da Lagosta que define o período de defeso de janeiro a abril de cada ano. Outro objetivo dos órgãos reguladores da pesca no Brasil é a instalação de equipamentos de localização via satélite nas embarcações, na tentativa de tornar a fiscalização da pesca irregular mais eficaz. Isso se dará ao longo da temporada e ainda não se sabe a dimensão desse programa.

Para os pescadores do município de Icapuí, essa antecipação pode ser tratada como uma benção, já que muitos dependem única e exclusivamente do seguro-desemprego garantido pelo Governo Federal, e que nem todos tiveram a sorte de receber. Muito pescadores de Icapuí realizam seus trabalhos em outros estados, como Paraíba, Bahia e Pará. Vão em busca de melhores condições de trabalho e de rendimentos mais satisfatório e em alguns casos a procura por uma fiscalização mais branda, o que suaviza o trabalho árduo de quem ganha a vida em alto mar.

A pesca da lagosta, que em tempos áureos era motivo de festas e muita comemoração por parte dos pescadores e de suas famílias, hoje mais parece a partida para uma batalha, rumo ao desconhecido. A escassez da lagosta transformou essa atividade em um jogo de sorte, de encontrar o crustáceo em boa quantidade ou de pelo menos voltar para casa com seu barco, já que as novas leis que regulamentam o setor se tornaram mais rigorosas, e no final da história o pobre do pescador sempre "paga o pato", ou melhor, "paga a lagosta".

Boa sorte aos nossos pescadores guerreiros!

Por: ClaudiMar Silva
Com informações dos Ministérios do Meio Ambiente e da Pesca e Aquicultura

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