Durante a posse dos conselhos municipais, realizado na última terça-feira (7/12), entre eles o Conselho Municipal de Políticas de Combate as Drogas, o professor David Ribeiro palestrou sobre o assunto e mostrou um panorama assustador desse universo tão prejudicial, principalmente para os mais jovens. O professor, que mora e trabalha em Aracati, diz que não há políticas de combate ao uso indevido de drogas em sua cidade, tendo optado por difundir a sua experiência na prevenção e na recuperação de usuários de entorpecentes nas cidades vizinhas.
Segundo David Ribeiro, a tendência é que as cidade menores, como Icapuí por exemplo, sejam invadidas pelo tráfico dessas substâncias, algo que já se transformou em uma realidade. Hoje, todas as cidades, grandes ou pequenas, possuem considerável quantidade de usuários de drogas. A justificativa seria a falta de um policiamento ostensivo nessas cidades, o que facilita o "comércio" dos entorpecentes.
Um grande desafio para quem trabalha nesse universo é identificar quem são os usuários. Dependendo da quantidade ingerida, um usuário eventual passa despercebido e convive normalmente com não usuários. Da mesma forma, quem trafica pode muito bem não ser notado. O professor relata que é mais comum do que pensamos ter pessoas de nível social e intelectual elevado envolvido com uso e tráfico de drogas; o que pra ele representa o maior impecílio no combate. Outra barreira a ser vencida são as famílias que "patrocinam" o vício de seus filhos, parentes, etc., pensando estarem protegendo. Na verdade, estão alimentando e gerando uma instabilidade que culminará na dissolução do conceito de família, pois essa prática contribui para o consumo cada vez maior por parte do viciado, que acarretará no descontrole da situação.
O professor David aponta a valorização humana, através da educação e a criação de oportunidades e expectativa de vida, como meios de amenizar o estrago das drogas nas gerações futuras. Ele é bem realista quando afirma que a droga não se acaba, apenas ameniza. Mas, esse "ameniza" já representa um grande avanço quando se trata de uma cidade de pequeno porte, onde as pessoas tem o sentimento de esperança de dias melhores mais evidenciado. Tirar os jovens da ociosidade é também essencial no combate ao uso de drogas. Dar uma ocupação, através de atividades esportivas, culturais, artísticas, educacionais, etc., afastam as pessoas do mundo das drogas, pois utilizariam seu tempo ocioso na realização de algo construtivo para si e para o meio social em que vive.
Destacou ainda a importância da união dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário na implementação de ações combativas ao uso de drogas. A população também tem papel importante nesse processo. É necessário todos serem conscientes sobre a perspectiva de futuro que queremos para nossa cidade. Os problemas causados pelo uso indevido de drogas entorpecentes abrangem todos os aspectos de uma sociedade. Torna-se um problema de saúde pública, afeta as relações familiares, o desempenho profissional, gera violência urbana. Todos esses malefícios refletirão nos índices sociais da cidade afetada que não dispõe de políticas públicas efetivas de controle e combate as drogas.
Investir em prevenção, educação, informação e ocupar os jovens com atividades saudáveis é o caminho mais coerente.
Por Claudimar Silva
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