sábado, 28 de maio de 2011

Servidores Públicos em greve vão a Câmara pedir apoio da população

Servidores em greve cobram respostas imediatas do governo sobre campanha salarial

A greve anunciada desde quinta-feira (26/5) era pra ser de todos os servidores públicos de Icapuí. No entanto, somente a categoria dos professores aderiu com maior empenho à parada das atividades. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Icapuí - SINDSERPUMI tem encontrado dificuldade para obter o engajamento das demais categorias do funcionalismo público municipal nas mobilizações em prol de seus direitos. Um dos motivos explicitados por alguns servidores da atividade-meio e da saúde, que se recusam a participar de qualquer movimento de reivindicação de melhorias, recai sobre os baixo índices de reajustes obtidos nos últimos anos. Apesar do Sindicato incluir em todas as suas campanhas salariais reajuste para essas categorias, a adesão destes continua acontecendo de forma tímida e pouco participativa ao longo da trajetória de "luta" do sindicato.

Isso fica mais evidente em momentos como o de ontem. Dezenas de servidores, na grande maioria professores da rede municipal de ensino, fizeram uma caminhada pelas ruas do centro de Icapuí em direção à Câmara Municipal de Vereadores. Alguns deles fizeram uso da Tribuna Popular para "argumentar contra a morosidade da administração em oferecer uma contra proposta concreta para a categoria que aguarda desde 16/02 por este aceno", como informa o sindicato em seu site oficial. A proposta de reajuste salarial, aplicação do piso salarial do magistério, implantação do Plano de Cargos, Carreira e Salários - PCCS do servidores da atividade-meio e da saúde, entre outros pedidos, foram reforçadas pelo presidente do sindicato, Celestino Cavalcante. Segundo ele, as receitas do município no 1º quadrimestre de 2011, em comparação com as de 2010, são favoráveis ao cumprimento dos benefícios requeridos.

O vereador Marcos Nunes, em seu pronunciamento, ressaltou que apesar de sempre defender a classe dos servidores públicos, não interferiu na decisão dos servidores em entrar em greve. O mesmo fez uso de sua fala para cobrar do governo municipal respostas imediatas para as reivindicações propostas, já que o  maior descontentamento manifestado pelo sindicato é em relação a demora do governo em apresentar contraproposta.

O líder do governo na Câmara Municipal, vereador Lacerda Filho, ressaltou a importância dos sindicatos na representação de classes para a conquista de direitos dos trabalhadores. Porém, o mesmo alerta para que essas manifestações não descambem para questões políticas ou de interesse particular. O "sindicato deve representar os direitos das classes que o constitui", disse Lacerda. Diante do exposto, o vereador se declarou  contra a paralização dos servidores, pois o governo municipal tinha iniciado as negociações com o sindicato em reunião realizada na terça-feira (24/5). Na ocasião, foi solicitado ao sindicato um prazo para a apresentação de uma contraproposta do governo, diante da necessidade de analisar os dados contidos nas propostas e o impacto financeiro que a concessão de tais benefícios ocasionariam ao orçamento do município. O prazo foi acatado pelo presidente do SINDSERPUMI, Celestino Cavalcante, e mesmo assim foi decretado estado de greve após assembleia realizada no dia seguinte, argumentou o vereador. Para Lacerda, a parada nos serviços públicos, principalmente dos professores, afeta diretamente os pais e os alunos que não tem culpa nenhuma, e dificulta ainda mais a negociação entre governo municipal e sindicato.

Dos vereadores presentes, a maioria declarou apoio a luta da categoria. Como forma de instigar o poder executivo a discutir com o sindicato as propostas apresentadas, a mesa diretora da Câmara Municipal  assumiu o compromisso de não votar nenhum projeto de interesse do governo, até que haja negociação  conclusiva entre as partes. Enquanto isso, o sindicato afirma que a greve continuará por tempo indeterminado.

Por Claudimar Silva

Um comentário:

Professor Celestino disse...

Gostaria de afirmar que na nossa intuição sindical prezamos pelo principio democratico de forma que o presidente não acatou e nem acata nenhuma proposta sem antes consultar a categoria diferentimente do governo que não ouve os servidores e nem a população de modos que a afirmação do vereador Lacerda de que o presidente teria aceitado a proposta é inveridica.