quinta-feira, 19 de maio de 2011

Conheça a Biografia de Aldo da Cunha Rebouças

POR: Manoel de Freitas Filho 
Historiador
Aldo Rebouças com a esposa Suzana e os filhos
Foto: ABAS 

BIOGRAFIA

Aldo da Cunha Rebouças (Aldo Rebouças), nasceu em uma família de 16 irmãos no pequeno Povoado de Peixe Gordo, município de Icapuí, no dia 05 de agosto de 1937. Era filho do pedreiro João Cunha Rebouças e da doméstica e professora Dona Maria do Carmo de Rebouças.

Seu pai, um autodidata, homem com visão de futuro e preocupado com a educação dos filhos, numa Icapuí esquecida e sem nenhuma infra-estrutura, resolveu, por sua própria conta, montar uma escolinha nas dependências de seu Engenho-Casa Farinha pelos idos dos anos 40, onde passou a educar todos os filhos e outras tantas crianças das povoações vizinhas. Ali, com muito esforço, o pequeno Aldo iniciou sua vida de estudante, menino pobre e humilde, que não poupou esforços em busca do conhecimento, graças a coragem e ousadia de seus pais.

Aos poucos, com o avanço no aprendizado dos filhos percebeu-se a necessidade de buscar novas condições de educação, um ensino mais avançado, e que possibilitasse ampliar os conhecimentos até então adquiridos. Era preciso deixar a pequena e pacata povoação de Peixe Gordo e se lançar a procura de novos horizontes pelos alicerces da educação.

A Família mudou-se então para a vizinha e crescente cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde Aldo e seus irmãos puderam continuar os estudos. Apesar de não residir mais na terra onde nasceu, sua família jamais esqueceu suas origens e devotava um amor invejável pelo seu torrão natal.

Posteriormente, já adolescente, Aldo foi estudar no Colégio Marista, em Aracati, onde aprendeu a falar fluentemente o Francês. Sua ânsia pelo conhecimento era de admirar e fez das oportunidades uma amiga, sua cúmplice, e as agarrava com toda força de vontade.

Em 1962, ele se formou em geologia pela Universidade Federal de Pernambuco, em Recife. Após sair da faculdade, foi trabalhar na SUDENE, onde fez um programa de mapeamento hidrogeológico do Nordeste. Logo tornou-se evidente sua paixão pelo estudo da ÁGUA. Estudou-a minuciosamente, tornando-se um dos mais conceituados especialistas sobre o assunto no Brasil e no mundo. Publicou centenas de trabalhos e ajudou o mundo a entender melhor a importância da água no planeta.

O mestrado (1964) e o doutorado (1973) foram na França. Já o pós-doutorado (1986) foi concluído na Universidade Stanford, nos EUA.

Na década de 1970, após convite da Universidade de São Paulo (USP) Aldo passou a trabalhar na instituição, onde criou um centro de pesquisa de águas subterrâneas. Era conhecido como o “Doutor das Águas”.

Graças aos seus estudos e contribuições para ciência e para a sociedade recebeu inúmeros prêmios e títulos.

É uma personalidade admirada e respeitada por todos, sobretudo por ter vencido as barreiras de ter nascido numa pequena aldeia , um povoado pobre, sem condições alguma, senão aquela de, na época, legar aos seus filhos apenas a enxada para cavar a terra e um animal para aboiar o gado, e mesmo assim ter chegado a patamares tão relevantes, sendo exemplo para sua família e para todos nós icapuienses.

Nos últimos anos, já aposentado e após adoecer seriamente, pedia que, quando morresse, suas cinzas fossem jogadas no mar, pois é para lar que todo rio corre, dizia.

Casado havia 45 anos com a dona de casa Suzana, Aldo teve ao todo três filhos. Era, segundo a família, muito presente. Os almoços em casa eram para ele um ritual.

Sofria de parkinson. Faleceu em São Paulo, aos 73 anos, de insuficiência respiratória, aos 18 de abril de 2011.

A missão de Aldo Rebouças, porém, não se encerrou. Seus ensinamentos continuam numa quantidade enorme de pesquisadores, estudiosos e cidadãos. Cabe a estes, agora, levar a frente a idéia da proteção dos recursos hídricos – nesta que seria a mais significativa de todas as homenagens ao Doutor das Águas.

*Enviado por Saulo Rebouças por E-mail

2 comentários:

Professor Wellington Pinto disse...

Seria interessante que os alunos da escola Gabriel e da rede municipal tomassem como exemplo de vida essa família, que apostou na educação como ascenção social.Hoje é uma tristeza dos educadores verem os alunos das escolas não levarem a sério os estudos.São filhos de famílias pobres que não se tocaram ainda que para vencer na vida precisam estudar, espero que caiam na real antes que seja tarde demais. "Quem sabe faz a hora não espera acontecer".

Blog do Vereador Marcos Nunes disse...

Aldo Cunha é um exemplo! Ele não morreu, está na obstnação pelo conhecimento, está no reconhecimento ao seu pai João Cunha e a sua mãe Dona Carminha!