quinta-feira, 19 de maio de 2011

Comissão de vereadores debate com a população questões sobre a educação em Icapuí

Educação e Cultura foi o tema do debate promovido pelos vereadores junto com representantes da população

Dando continuidade a série de debates promovidos pelas comissões formadas pelos vereadores de Icapuí, ontem foi a vez da Secretaria de Educação e Cultura do município ser analisada pela população, representada por Associações de Moradores das comunidades, pais e mães de alunos, professores, universitários, sindicato, partidos políticos e outros interessados pelo tema. A Comissão de Educação, Cultura, Saúde, Esporte, Lazer e Assistência Social, composta pelos vereadores Gilson da Paz de Oliveira Segundo (Presidente), Lacerda Filho (Secretário) e Érica Costa da Silva (membro), convidou a Secretária de Educação e Cultura de Icapuí, Ana Mello, para ouvir e comentar as opiniões, sugestões e questionamentos apresentados pelos presentes.

Alguns destes questionamentos apontaram inúmeros problemas enfrentados pela educação no município de Icapuí. O professor Sérgio Araújo citou as alterações feitas no calendário letivo de 2011, sobre a alegação da necessidade de reformas nas escolas da rede pública; obras não concluídas que atrapalham e oferecem risco aos alunos; baixa voltagem das instalações elétricas que impedem a instalação de equipamentos nas escolas; superlotação dos ônibus do transporte escolar e o relaxamento com a prática desportiva nas escolas.  O vereador Marcos Nunes chamou a atenção para a importância de um projeto educacional direcionado a alunos portadores de necessidades especiais e a disponibilização de internet nas escolas das comunidades rurais. O presidente do Sindicato do Servidores Públicos de Icapuí, Celestino Cavalcante, criticou o governo municipal por não dar a devida importância a negociação de reajuste salarial para o ano 2011, o não cumprimento da lei que institui o piso salarial dos professores e a implementação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração - PCCR. Já o vereador Cadá alertou a secretária de Educação e Cultura sobre a iminência do tráfico de drogas nas proximidades da escola Horizonte da Cidadania, em Redonda. Para ele, os alunos daquela escola precisam de uma atenção maior devido a vulnerabilidade a que estão expostos.

Ana Mello esclareceu alguns desses pontos, acatou sugestões e estabeleceu encaminhamentos surgidos durante a discussão. Sobre as reformas, a secretária afirma que algumas estão em fase de conclusão. Outras tiveram que ser interrompidas por causa do remanejamento dos funcionários da Secretaria de Obras para sanar problemas causados pelas chuvas recentes. Explicou também sobre a nucleação de escolas em comunidades com quantidade de alunos insuficientes para formar uma turma. Essa nucleação foi uma medida administrativa adotada pela secretaria, já que seria impraticável a manutenção dessas escolas devido o número reduzido de alunos por sala.

Sobre o transporte escolar, Ana Mello alegou que mesmo com a chegada dos 6 ônibus fornecidos pelo Governo Federal, através do Programa Caminho da Escola, tem havido superlotação. Um dos motivos é o aumento das rotas que acabam absorvendo um número maior de estudantes. Ela afirmou ainda que já enviou pedido de mais 6 ônibus junto ao programa do governo federal. Em relação a instalação de computadores conectados a internet em escolas das comunidades rurais, a mesma conversará com o secretário de Ciência e Tecnologia, Silvio Barreira, para ver a possibilidade técnica e estrutural para isso.

Ana Mello falou ainda sobre os alunos portadores de necessidades especiais, que contam hoje com duas salas multifuncionais: uma instalada na Escola Carlota Tavares, em Ibicuitaba, e outra na Escola Mizinha, no Centro. As turmas são orientadas por professores capacitados para trabalhar com esse tipo de aluno, porém, há algumas dificuldades a serem transpostas. "A educação de alunos especiais é um tema relativamente novo e requer parcimônia quanto aos métodos pedagógicos utilizados. O preconceito e discriminação, muitas vezes vindos dos próprios pais, contribuem para o surgimento de obstáculos no processo educacional desse grupo especial. A secretaria de Educação e Cultura possui uma coordenação de educação especial, que vem desenvolvendo políticas pedagógicas voltadas para alunos que necessitam de uma educação diferenciada, mas que privilegie a integração e o desenvolvimento psicossocial", disse a secretária.

Concluindo o debate, o vereador Lacerda Filho destacou a importância das críticas construtivas como forma salutar de promover a discussão entre sociedade e governo municipal. Para ele, o tom impositivo usado por alguns representantes de classes dificultam o entendimento entre as partes. Estes se defendem, alegando serem pressionados pela classe que representam e que anseiam por respostas do governo municipal sobre as reivindicações apresentadas. O vereador ressaltou ainda a benevolência dos debates que estão acontecendo na Câmara dos Vereadores. Isso cria uma aproximação entre vereadores, governo e população que contribui de forma positiva para a definição de objetivos a serem alcançados e soluções dos problemas mostrados.

Por Claudimar Silva

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