quarta-feira, 29 de junho de 2011

Icapuí é destaque na exportação de melão no Estado do Ceará

Diário do Nordeste - Caderno Negócios

29.06.2011
Mais de 51% das frutas da Ceasa são de fora

Laranja-pera, abacaxi, goiaba, maçã nacional e abacate são os principais produtos importados de outros estados

Enquanto, a cada ano, é observado um fortalecimento progressivo da fruticultura local em exportações; mais da metade das frutas que circulam no mercado interno não são cultivadas em solo cearense. Das 268.538 toneladas comercializadas pela Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa) em todo o ano passado, 51,1% foram importadas de estados vizinhos.

Os principais destaques ficam por conta da laranja-pera (100% de fora do Ceará), maçã nacional (99,1%), abacaxi (98,6%), goiaba (98,4%) e abacate (84,2%).

Hortaliças de fora

O índice de hortaliças importadas é ainda maior: são 57% de todo o volume movimentado na Ceasa, em 2010, o que representou 160.249,7 toneladas. Já os produtos desse segmento mais importantes e que são provenientes de outros estados são alho, batata-inglesa, cebola-pera e beterraba.

Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), autarquia ligada à Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado do Ceará (Seplag), no Informe nº 11/ junho de 2011, denominado "Agronegócio Cearense: Um Balanço de 2010 e Desempenho no 1º Trimestre de 2011".

Para o diretor de Estudos Econômicos do órgão, Adriano Sarquis de Menezes, é possível fazer uma análise positiva dessa realidade. "A análise é que se pode abrir um leque de oportunidades. Um novo nicho de mercado. Essas frutas e hortaliças que estamos importando nos mostra que muitos desses itens poderiam estar sendo produzidos aqui. É uma sinalização clara para os produtores locais", comenta Adriano Sarquis.

Ele ressalta que o clima semiárido, que cobre cerca de 70% da área do Estado, não é fator impeditivo para que essa leva de produtos importados seja agregada ao agronegócio cearense pelos produtores daqui.

Produção interna

O relatório apontou que as frutas produzidas no Ceará vem ganhando cada vez mais espaço dentro do agronegócio e na economia do Estado. No ano passado, houve um leve crescimento de 0,66% em relação a 2009,com um volume produzido de 1.061.305 toneladas.

A banana apresentou a maior participação na produção de frutas, com 445.169 toneladas, representando 41,9% do total. O maracujá, com 15,1%, ficou em segundo. Melão, com 14,4%, veio logo em seguida. Juntas, as três frutas representaram 71,4% de tudo o que o setor produziu no Estado, durante todo o ano anterior.

Exportações

Conforme o estudo, em 2010, o agronegócio cearense arrecadou mais de US$ 445,8 milhões em negociações com o exterior. Ante 2009, a evolução foi de 9,3%. A castanha de caju apresentou a maior participação do que foi vendido pelo Estado para outros países, com 40,8%. Em seguida, apareceu

Dentre os destinos mais compradores de tudo o que é produzido pelo agronegócio cearense estão Estados Unidos, que, em similar período, correspondeu a 48,8% de tudo o que foi exportado; Holanda, com 11,5%; e Reino Unido, com 9,9%. Só de Fortaleza escoam 75% do agronegócio. Icapuí vem depois, com 16,8%. Lá, o principal produto são os melões.

Estado em 2011
Agronegócio cresce 26% no 1º trimestre

Perspectivas são de uma recuperação no setor depois de dois anos de condições climáticas diferentes e irregulares

Depois de dois anos de condições climáticas díspares e irregulares (em 2009, choveu acima da média, enquanto que, em 2010, ocorreu justamente o contrário); os resultados do primeiro trimestre de 2011 trazem um alento para o agronegócio do Estado. Conforme o estudo do Ipece, já foi percebido um crescimento de 26% sobre iguais três primeiros meses do ano passado no setor. A principal razão, segundo o levantamento, é a normalidade do período chuvoso evidenciada neste ano.

De acordo com o especialista, Adriano Sarquis, as estimativas são de recuperação em 2011. “A perspectiva é de um resultado positivo no fim deste ano. Isso vai impactar positivamente no PIB cearense, apesar do segmento só representar entre 7% e 8% da renda global do Estado”, conta ele, ressaltando que a capilaridade do agronegócio é bastante extensa e contribui para a fixação do homem no campo e desconcentração da renda.

“Um dado importante é que esse desenvolvimento do agronegócio não estimula apenas atividades necessariamente agrícolas, mas também artesanato de couro e de palha, produção de doces, as cerâmicas, fabricação de redes, entre outras, que não são diretamente atreladas ao setor, mas que também geram emprego e precisam ser estimuladas”, comenta o representante do Ipece.

Cinturão vai atenuar

Em um estudo em parceira com a Funceme, foram apresentadas as regiões mais susceptíveis às variações do clima. As mais vulneráveis são o Sertão Central, Sobral-Ibiapaba e Sertão dos Inhamuns. Para Sarquis, o Cinturão das Águas será fundamental para amenizar or problemas causados por essas irregularidades. “Vai nos tornar menos dependentes dessa questão, pois vai permitir que a água chegue a todas regiões”

ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER

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