domingo, 19 de junho de 2011

POEMA: AREAL REDONDO

AREAL REDONDO

Eldevan Nascimento


Nas conchas desse areal as vidas se entrelaçam...
Quanto amor, quanto mar, quanta dor!
A bola repassa o pé dos meninos quase nus.
Nesse areal o pescador guarda seu barco,
conserta seu barco,
arrasta-o pro morro
com a ajuda de tantos outros...
No areal é que ele pinta, calafeta,
navega, chora, briga, joga, xinga!
Areal! Quanta sombra, quanto sol,
quanta arrebentação!
Esse vento do areal espalha as vozes,
gritos, silêncios,
quebra as ondas, leva, traz, embarca, enriquece...
Areal.
Depois do banho e já com frio
o pescador toma pra si essa areia
e se aquece desse sol redondeiro.
É o vento que traz o pescador para casa,
sua casa é o areal.
Primeira terra.
O barco fica na água, no porto
e com ele a alma do pescador.
E nesse areal o mestre ensina
que aqui está a sua aldeia, história,
cultura, vida,
identidade, areal redondo.

* recebido por e-mail

Nenhum comentário: