Conflito entre pescadores deve se acirrar com início do defeso
A briga em Icapuí vai bem além da pesca. Denúncias revelam que interesses políticos fomentam a luta antiga que se agravou em 2009. Na próxima terça-feira, início do defeso da lagosta, mais um confronto deve começar
Os conflitos entre comunidades de Icapuí, a 209 quilômetros de Fortaleza, parecem bem simples. Pescadores da praia de Redonda, que praticam a pesca legal da lagosta, reclamam e fiscalizam por conta própria quem trabalha de forma proibida por lei no restante do município. Mas o problema parece ser bem mais complicado. Denúncias revelam que interesses e jogos políticos incentivam e agravam a luta antiga, que tomou proporções maiores neste ano. Um novo capítulo do conflito já foi anunciado para a próxima terça-feira, dia 1º de dezembro, início do período do defeso, quando fica proibida a pesca da lagosta até maio de 2010.
``Nós paramos de pescar, mas eles não. Só que a gente vai continuar indo pro mar fiscalizar``, anuncia um pescador de Redonda. A principal justificativa da fiscalização por conta própria é a falta de ação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).
Mas, conforme O POVO apurou, uma das hipóteses para o estopim da briga neste ano é o suposto envolvimento de Raimundo Bonfim Braga, o Kamundo, ex-superintendente do Ibama, que é de Icapuí e apoia os pescadores de Redonda. Depois de deixar o comando do órgão, ele teria fomentado o conflito para ganhar visibilidade e galgar uma futura candidatura no município. ``Depois que ele saiu do Ibama foi que a situação começou a piorar``, denuncia a fonte que prefere não dizer o nome.
Kamundo se defende dizendo que já tinha ouvido a acusação. ``Há um sentimento interno no órgão que acha que é revanche. Mas o setor de pesca em Redonda me tem como representante. Muitas manifestações não se realizaram na época que eu estava no Ibama``. Ele ressalta que não incetiva os conflitos. ``Meu apoio é pela pesca legal e se limita a evitar que desague pra violência``.
Outro fato que deixa os moradores mais temerosos é a ausência constante do prefeito José Edilson da Silva (PSDB), o irmão Edilson, mesmo nos dias mais tensos. Ele foi procurado duas vezes enquanto O POVO esteve na cidade. Na quinta-feira passada, estava em Brasília. Ontem, em Fortaleza. ``Ninguém vê o prefeito nessa cidade``, reclama um comerciante.
Um dos barcos que fazia pesca irregular e foi apreendido pelos pescadores de Redonda seria dele. ``O pessoal confunde. Não é do prefeito, é de uma associação evangélica que ele fazia parte``, justifica Alderlei Martins, chefe de gabinete da Prefeitura.
E-MAIS
O QUE É PROIBIDO
> Pescar lagosta miúda. Os tamanhos mínimos de captura são de 13 cm de cauda (lagosta vermelha) e 11 cm (lagosta verde).
> Capturar lagosta durante o período do defeso, que começa no dia 1º de dezembro e vai até 31 de maio.
> Uso de caçoeira, rede de fundo que captura lagosta miúda e outras espécies, removendo o substrato marinho.
> Pesca com compressor, que é uma espécie de adaptação do botijão de gás como reservatório de ar comprimido, fonte de oxigênio para o pescador, que mergulha no mar à procura da lagosta.
> Uso de marambaia, nicho artificial onde ficam as lagostas. É depositado no fundo do mar. Assim, o pescador sabe onde encontrar o crustáceo.
fonte: http://www.noolhar.com/opovo/ceara/932403.html
``Nós paramos de pescar, mas eles não. Só que a gente vai continuar indo pro mar fiscalizar``, anuncia um pescador de Redonda. A principal justificativa da fiscalização por conta própria é a falta de ação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).
Mas, conforme O POVO apurou, uma das hipóteses para o estopim da briga neste ano é o suposto envolvimento de Raimundo Bonfim Braga, o Kamundo, ex-superintendente do Ibama, que é de Icapuí e apoia os pescadores de Redonda. Depois de deixar o comando do órgão, ele teria fomentado o conflito para ganhar visibilidade e galgar uma futura candidatura no município. ``Depois que ele saiu do Ibama foi que a situação começou a piorar``, denuncia a fonte que prefere não dizer o nome.
Kamundo se defende dizendo que já tinha ouvido a acusação. ``Há um sentimento interno no órgão que acha que é revanche. Mas o setor de pesca em Redonda me tem como representante. Muitas manifestações não se realizaram na época que eu estava no Ibama``. Ele ressalta que não incetiva os conflitos. ``Meu apoio é pela pesca legal e se limita a evitar que desague pra violência``.
Outro fato que deixa os moradores mais temerosos é a ausência constante do prefeito José Edilson da Silva (PSDB), o irmão Edilson, mesmo nos dias mais tensos. Ele foi procurado duas vezes enquanto O POVO esteve na cidade. Na quinta-feira passada, estava em Brasília. Ontem, em Fortaleza. ``Ninguém vê o prefeito nessa cidade``, reclama um comerciante.
Um dos barcos que fazia pesca irregular e foi apreendido pelos pescadores de Redonda seria dele. ``O pessoal confunde. Não é do prefeito, é de uma associação evangélica que ele fazia parte``, justifica Alderlei Martins, chefe de gabinete da Prefeitura.
E-MAIS
O QUE É PROIBIDO
> Pescar lagosta miúda. Os tamanhos mínimos de captura são de 13 cm de cauda (lagosta vermelha) e 11 cm (lagosta verde).
> Capturar lagosta durante o período do defeso, que começa no dia 1º de dezembro e vai até 31 de maio.
> Uso de caçoeira, rede de fundo que captura lagosta miúda e outras espécies, removendo o substrato marinho.
> Pesca com compressor, que é uma espécie de adaptação do botijão de gás como reservatório de ar comprimido, fonte de oxigênio para o pescador, que mergulha no mar à procura da lagosta.
> Uso de marambaia, nicho artificial onde ficam as lagostas. É depositado no fundo do mar. Assim, o pescador sabe onde encontrar o crustáceo.
fonte: http://www.noolhar.com/opovo/ceara/932403.html
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