Os apagões de Icapuí!

A notícia do apagão ontem em muitos Estados Brasileiros corre mundo hoje. Esta ocasião parece interessante para fazer uma metáfora. No caso de Icapuí não fomos atigingidos, até onde se sabe. Interessante notar a hipocrisia dos políticos e da imprensa brasileira que, sem muito o que "futricar" e criticar no momento atual brasileiro, que diga-se de passagem é bastante promissor, aproveitam para deleitar-se no ocorrido.

Distanciando-se de tal comportamento, é mais construtivo fazer uma tomada diferente do fenômeno, trazendo para elementos que nos ajudem, ou pelo menos incomode. Queria incomodar os leitores do bog no sentido de que em vez de suspirar por notícias do município postadas neste importante veículo de comunicação para, com base em suas preferências, estabelecer também deleitosas e às vezes inconvenientes formulações na forma de comentários grosseiros ao sabor de querelas políticas, que eles se permitissem fazer reflexões.

Proponho uma pergunta para iniciar, uma questão metafórica, claro, mas boa de conversar. Estamos querendo provocar perguntado quais são os apagões por que passa nossa cidade no sentido de que há ausência pública e notória daquilo que marcou historicamente a cultura política e social de Icapuí: a capacidade do povo de expressão, de manifestação, de mobilização, de se por em movimento, de provocar mudanças, de exigir direitos (ás vezes até ao extremo), enfim de uma postura cidadã. Qual é o apagão que ainge nossa juventude? Que apagões escurecem nossas formas de ver e pensar o município? Que apagões se dão ao nosso redor? Que coisas obscurecem nossa capacidade de tomar posição? Que elementos deixam as pessoas tão inertes e tão indiferentes? Que luzes foram apagadas? E muitas outras nessa linha. Outras perguntas podem ser até acrescentadas, contribuindo para esse exercício.

Entenda-se luz neste contexto como aquilo que permite a gente encontrar caminhos, fitar com nitidez as coisas, ver bem os problemas, discerní-los e tocá-los. Entenda-se por apagão, o que tira a visão, o que paralisa os movimentos, o que não nos permite alcançar e ver bem o que precisa ser enfrentado como desafio.

São questões somente para deixar as pessoas com vontade de "ligar seus interruptores" e sair da escuridão pessoal e coletiva que às vezes nós deixamos nos rodear e invadir.