sexta-feira, 15 de outubro de 2010

OPOVO: Lagosta cearense começa a ser comercializada viva em 2011

Lagosta cearense começa a ser comercializada viva em 2011

O Ceará começará a vender o crustáceo para países asiáticos. A técnica agrega valor
Foto: OPOVO


Principal produtor de lagosta nacional, o Ceará deve começar a exportar o crustáceo vivo para países asiáticos já no próximo ano. A técnica vai agregar valor no mercado internacional e o produtor vai faturar, em média, 32,5% a mais por quilo do produto.

“Exportar o produto vivo garante que ele tem qualidade, que não está estragado”, explicou o chefe de divisão do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Paulo Lira.

Segundo ele, 2/3 da lagosta se perde hoje com a exportação apenas da cauda. Um quilo de cauda, correspondente a três quilos do produto vivo, é comercializado por R$ 50. A mesma quantidade do crustáceo vivo chega a custar R$ 66.


A tecnologia para conservar o animal vivo antes de chegar ao destino já está sendo desenvolvida no projeto piloto “Lagosta Viva”. No Ceará, estão sendo beneficiados os municípios de Icapuí, Cascavel e Beberibe. A ideia existe também no Rio Grande do Norte, na Paraíba e em Pernambuco.

O animal pode ficar em tanques por um período médio de uma semana. “Essas três piscinas permitem que a lagosta chegue viva à unidade industrial para que ela possa ser morta por choque térmico, garantindo a qualidade, destacou o secretário de Monitoramento e Controle de Pesca e Aquicultura do MPA, Eloy de Sousa Araújo.

O trasporte pode ser feito com uso de água ou congelado em caminhões até as fábricas de beneficiamento. Para chegar viva ao destino final no exterior, a lagosta precisa ser enviada por avião.

Produção
No ano passado, foram produzidas sete mil toneladas de lagostas inteiras. No Ceará no mesmo período foram contabilizadas em média 4,2 mil toneladas. O valor exportado do país chega a US$ 74,8 milhões em 2009, segundo Araújo.

O Ceará exporta sua produção principalmente para os Estados Unidos, Japão e alguns países da Europa, como Espanha e Alemanha.

A legislação brasileira exige que a lagosta vermelha pescada tenha pelo menos 13 centímetros de cauda ou três anos, em média. Os Estados Unidos, país que adquire cerca de 95% do total exportado pelo Estado, exige que o crustáceo tenha 14 centímetros de tamanho mínimo.

Embora ainda não exista previsão para modificar a legislação, a exigência internacional pode ser positiva para o setor, segundo o titular da superintendência Federal da Pesca e Aquicultura no Ceará, Melquíades Ribeiro.

“A exigência fará com que os pescadores sigam a legislação e comecem a pescar com os manzuás”, destacou. O equipamento é o exigido pela regulamentação.

Em todo o país, 3100 barcos de pesca são legalizados.No Estado são 1700. A pesca ilegal, segundo Ribeiro, responde por 40% da produção.
 
Teresa Fernandes
teresafernandes@opovo.com.br

Fonte: Jornal OPOVO

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