Escrito por Wellignton Pinto
Professor
O que seria dos
seres humanos se não fosse à boca... Da boca sai de tudo e dela a pessoa
mais simples se transforma em rei. Da boca em passo de mágica o pobre
fica rico, como (?). Falando... Depois que o cabra toma umas cachaças
aí que a boca vira trombone.
Fico imaginando os políticos sem a boca para falar, estaria difícil enganar o povo com promessas fantasiosas.
O
ladrão é inocente até que se prove o contrário, a justiça tem um
trabalhão para provar o crime. Ele grita nos quatro cantos que é
inocente, cabe a justiça investigar.
Toda
cidade tem seu “Língua de Fogo”, Icaguaí não é diferente. É aquele que
esculhamba todo mundo, o certo é ele, nos bares fala até dele mesmo
quando as palavras cansadas o traí pela arrogância de querer ser a
palmatória do mundo.
Na
frente do espelho não existe ninguém feio, olhando para o espelho a
boca fala: eu sou lindo, gostoso, namorador e trepador, talvez dos
coqueiros de Icaguaí.
O mudo é sofredor, não consegue gritar para o mundo o que pensa e sente, é refém dele mesmo.
O que seria dos fofoqueiros e das fofoqueiras se não fosse à boca, falam de todos e esquecem a própria vida.
O amor verdadeiro precisa de palavras para chegar ao coração dos amantes, sem a boca o silêncio não aproximaria os apaixonados.
As grandes revoluções seus líderes precisaram da boca para difundir suas idéias e da boca veio à mudança radical.
A
boca é uma terapia, a partir dela ninguém tem limites, a boca é irmã
dos sonhos, a diferença é que os sonhos são mais discretos e a boca
trombone. “Em boca fechada não entra mosca.”
O
cidadão que tem a mania de falar muito, pelos cotovelos, acaba sendo
traído por seu próprio veneno, o silêncio é ouro e a baboseira é chumbo.
O
fanfarrão que se auto promove com palavras vazias acaba caindo em
contradição e no descrédito, na vida encontramos muitos personagens com
essa prática, de mentir por hábito.
Os
políticos profissionais têm a língua afiada nos palanques e nas
tribunas, se os políticos cumprissem o que dizem ao longo da vida, o
Brasil não teria mais miséria, desde o período colonial o trombone à
solta e a situação do povo ainda a mercê de esmolas sociais.
Na
pacata cidade de Icaguaí muitos fazem da boca um instrumento de
realeza, são reis e rainhas na boca, grita nos quatro cantos o que tem e
não tem. Tentam ganhar as disputas verbais no grito, na ameaça e na
cara feia. Os políticos de Icaguaí não são diferentes da regra geral,
mentem, prometem e enganam o povo. Muitos cidadãos de Icaguaí se deixam
levar por palavras macias, de fácil digestão, falta criticidade aos
cidadãos de Icaguaí, são poucos os que fazem das palavras flechas
incendiárias nas cabeças dos menos esclarecidos.
A
boca é nossa parceira nas horas certas e incertas, se não fosse à boca
morreríamos de tédio, é preciso falar, descarregar nossas frustrações do
dia a dia, e a boca cumpre esse papel terapêutico. O que seria de nós
se não fosse à boca?
Fonte: Blog do Professor Wellington Pinto
2 comentários:
Prof. Wellington,
Muito boa a reflexão sobre a importãncia da exposição dos pontos de vistas como forma de construir uma sociedade participativa.
Porém, não acho interessante esse termo "Icaguaí". Passa a ideia de menosprezo com uma cidade que tem muito a oferecer.
Saudações!
Quando uso o termo Icaguaí não quero me referir diretamente a Icapuí,longe de mim diminuir Icapuí, escolhi Icapuí para viver.O termo tomei emprestado do livro o Alienista de Machado de Assis...
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