Com cerca de 70 mil toneladas anuais, segundo a Adece, o setor de coco,
no Ceará, não consegue atender à demanda industrial que é calculada em
90 mil toneladas/ano
Somando
todos os gastos com o investimento, a cultura do coco poderia passar a dar lucro de 15%, a partir do quinto ano (FCO FONTENELE) |
Com produção de 70 mil toneladas anuais, os
produtores cearenses de coco não conseguem atender à demanda local que é
de 90 mil toneladas/ano. Segundo o analista de mercado da Agência de
Desenvolvimento do Ceará (Adece), Sérgio Baima, o Ceará ocupa o segundo
lugar, no País, em área plantada, com 47.838 hectares, e o terceiro, em
produção, perdendo para os estados Maranhão e Piauí.
“Além da procura do mercado internacional, que está crescendo, o Ceará tem que atender aos nossos principais consumidores que são os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Por conta disso, há necessidade de importar dos nossos vizinhos: Pernambuco e Bahia”, afirma.
Baima, que proferiu palestra, ontem, durante a Feira Nacional do Coco, no Marina Park Hotel, explica que, atualmente, um dos problemas para investir na produção de coco é a falta de incentivos para o setor, por parte dos governos federal e estadual, e na exigência de garantia de 130% para ter acesso ao crédito. Ele explica que o custo total de produção por hectare chega a cerca de R$ 6 mil, incluindo a formação do pomar, insumos, mão-de-obra, custos administrativos e equipamento de irrigação mecanizada (pago ao longo de 10 anos). “Com uma área de 50 hectares, o custo chegaria a R$ 300 mil, o que não é pouca coisa, pensando que você precisa ter mais que o dobro disso para dar de garantia”, diz.
Em relação à água de coco, Baima diz que os dados oficiais não são detalhados porque as exportações são contabilizadas como suco de frutas, diferente do suco de laranja, que possui classificação à parte, já que o Brasil é o maior exportador mundial desse produto. “Se tirarmos o suco de laranja, que é produzido em São Paulo, o Ceará, atualmente, é o segundo maior exportador de sucos de frutas do Brasil. Como a água de coco é a maior parte dessa exportação, então o Estado é também o segundo maior exportador de água de coco do País”,
Durante a Fenacoco, que se encerra hoje, também estão sendo discutidas ações sustentáveis de reaproveitamento da casca do coco verde e outros assuntos de desenvolvimento da cadeia produtiva, desde a produção, o beneficiamento e o reaproveitamento dos resíduos.
“Além da procura do mercado internacional, que está crescendo, o Ceará tem que atender aos nossos principais consumidores que são os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Por conta disso, há necessidade de importar dos nossos vizinhos: Pernambuco e Bahia”, afirma.
Baima, que proferiu palestra, ontem, durante a Feira Nacional do Coco, no Marina Park Hotel, explica que, atualmente, um dos problemas para investir na produção de coco é a falta de incentivos para o setor, por parte dos governos federal e estadual, e na exigência de garantia de 130% para ter acesso ao crédito. Ele explica que o custo total de produção por hectare chega a cerca de R$ 6 mil, incluindo a formação do pomar, insumos, mão-de-obra, custos administrativos e equipamento de irrigação mecanizada (pago ao longo de 10 anos). “Com uma área de 50 hectares, o custo chegaria a R$ 300 mil, o que não é pouca coisa, pensando que você precisa ter mais que o dobro disso para dar de garantia”, diz.
Bom Negócio
Apesar
dessas dificuldades, Sérgio Baima afirma que o coco voltou a ser um bom
negócio, porque, somando todos os gastos com o investimento, poderia
passar a dar lucro de 15%, a partir do quinto ano. Além de produtos
voltados para a culinária, como o leite-de-coco, o coco ralado e água de
coco, há pesquisas voltadas para o desenvolvimento de outros produtos,
como mantas e telas para proteção do solo, produção de papel,
enriquecimento de alimentos, pranchas pré-moldadas para a construção
civil, dentre outras utilidades.Em relação à água de coco, Baima diz que os dados oficiais não são detalhados porque as exportações são contabilizadas como suco de frutas, diferente do suco de laranja, que possui classificação à parte, já que o Brasil é o maior exportador mundial desse produto. “Se tirarmos o suco de laranja, que é produzido em São Paulo, o Ceará, atualmente, é o segundo maior exportador de sucos de frutas do Brasil. Como a água de coco é a maior parte dessa exportação, então o Estado é também o segundo maior exportador de água de coco do País”,
Durante a Fenacoco, que se encerra hoje, também estão sendo discutidas ações sustentáveis de reaproveitamento da casca do coco verde e outros assuntos de desenvolvimento da cadeia produtiva, desde a produção, o beneficiamento e o reaproveitamento dos resíduos.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Apesar
de apresentar boa lucratividade e potencial de exploração de novos
produtos, o setor de coco ainda encontra obstáculos na falta de
incentivo por parte do governo e na dificuldade de acesso ao crédito.
NÚMEROS
47,8
MIL HECTARES é a área plantada de coco, no Ceará
6
MIL UNIDADES/ HECTARES é a produtividade média dos produtores cearenses
SAIBA MAIS
O
Brasil é o 5º maior produtor mundial de coco, atrás da Indonésia,
Filipinas, Índia e Sri Lanka. A região Nordeste produz 80% do coco
brasileiro.
Os maiores produtores cearenses de coco são os municípios de Trairi, com 23,9 milhões de unidades/ano e área de 6.940 hectares; Itarema (19,2 milhões de unidades e 6.335 hectares) e Acaraú (17,7 milhões de unidades e 4.732 hectares).
O Fenacoco conta com palestras de pesquisadores de entidades como Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade de São Paulo (USP) e Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece).
Os maiores produtores cearenses de coco são os municípios de Trairi, com 23,9 milhões de unidades/ano e área de 6.940 hectares; Itarema (19,2 milhões de unidades e 6.335 hectares) e Acaraú (17,7 milhões de unidades e 4.732 hectares).
O Fenacoco conta com palestras de pesquisadores de entidades como Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade de São Paulo (USP) e Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece).
Produtividade em baixa
O produtor de cocos Cléber do Rosário, de 42
anos, mantém uma fábrica de coco ralado, no município de Icapuí, há oito
meses, mas está preocupado com o plantio que mantém, em 100 hectares,
no município de Baraúna, no Rio Grande do Norte. A demanda tem
aumentado, mas o excesso de chuvas prejudicou a produção que,
atualmente, está em 20 toneladas por mês. “Com a melhora do clima,
queremos dobrar a produção até o final do ano”, afirma.
Fonte: OPOVO
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