domingo, 21 de agosto de 2011

Artigo: Por que não conseguimos mudar?

João Paulo Oliveira Maia (Paulinho)
Professor e estudante

O nosso já adulto município de Icapuí com 26 anos de emancipação política, tem uma história político administrativa, marcada por repetições e massificação de uma cultura que favoreceu e muito o personalismo, o que acaba contribuindo negativamente para um dos princípios básicos da democracia a rotatividade no poder. Esse fato é facilmente observado ao longo de nossas administrações, podendo ser resumida em um rápido e simples trocadilho de palavras “de Zé para Dedé, de Dedé para Zé, de Zé para Dedé, de Dedé para Dedé, de Dedé para o Irmão de Zé, e do Irmão de Zé para o Irmão de Zé”. Vejam que em nossa história não houve inovação e sim à perpetuação de nomes e siglas que estão fortemente no subconsciente de nossos munícipes, basta apenas perguntar aleatoriamente quem são os nomes mais fortes na política de nosso município, que dificilmente irá aparecer um nome deferente dos que estão ai postos. 

E agora? Já estamos nos aproximando de mais um certame (eleição), para o cargo de chefe do executivo municipal e os nomes dos pré-candidatos dos maiores partidos da cidade, para ocupar a vaga de prefeito são “o Sobrinho de Zé e do Irmão de Zé, do primo de Zé e do Irmão de Zé e do marido da prima de Dedé”. Vejam o que 26 anos de personalismo fez com a nossa política local. 

Será que o meu fascínio pela democracia e alternância no poder está vendo apenas um lado da história, ou será que isso é bom, sinceramente não sei responder, mas é certo que essa cultura personalista, castrou o surgimento de novas lideranças que sem o devido espaço tiveram por uma questão de sobrevivência na política se aliar a um dos lados. Assim acabaram sendo ofuscados pelo brilho das grandes estrelas políticas de município, ou melhor, pra não magoar alguns pelos grandes astros ou lideres de nossa política local. 

Mas antes que venham me criticar existem sim outros nomes que almejam o cargo, mas que, no entanto, ainda estão passando por um processo de firmação em nosso cenário político. Para finalizar essas humildes palavras. Deixo algumas perguntas no ar. Por que não conseguimos mudar ou inovar? Será que é chegada hora de rompermos com essa lógica ou ainda não conseguimos caminha o bastante para isso.

Artigo publicado originalmente no blog Icapuí na Linha.

2 comentários:

Raquel disse...

Professor Paulinho,
A sua análise sobre os sucessivos Governos de Icapuí é uma realidade.
Acontece que em uma cidade jovem como a nossa (ao contrário de "adulta" como você afirma) e com uma população tão pequena é natural o grau de parentesco aqui existente entre as lideranças locais, especialmente quando se verifica a maioria dos sobrenomes (Rebouças, Cirilos, Teixeiras,etc.) Agora considerar que o marido da prima de um ex-gestor é parente aí já é muito purismo. É aguardar o amadurecimento dessa nova geração de talentosos jovens para ver no que vai dar. A comunidade Redonda também tem essa caracteristica: Cadá que é primo de Kamundo, que é irmão de Vicente, que é primo de Chiquinho, que é pai de Clériston, que é primo de Fátima Braga e sobrinho de Vanderley e Nenel e por aí vai prá encurtar o assunto.

Marcelo Varandas disse...

eu acho que a questão familiar realmente é perene e que está muito longe de retirar isto da política, queiramos ou não se trata de um "processo natural". Mas este, Paulinho, não é o problema que enfrentamos...