sábado, 24 de setembro de 2011

Artigo: O lixo que vem do nosso mar

Tipo de lixo muito comum em nossas praias
(Foto: Claudimar Silva)
Por Claudimar Silva - Editor

Como já é sabido por todos, o mar de Icapuí tem de tudo: peixe, lagosta, camarão, corais, barcos e suas velas, algas marinhas que alimenta o povo e gera renda, riquezas, belezas e um horizonte infinito. Nosso mar possui até sereia encantada, que vive na "pedra da Moça". 

Mas, esse mar também está repleto de resíduos deixados pelos homens que, em muitas vezes, tiram o seu sustento desse mesmo mar. É comum encontrarmos objetos estranhos "navegando" nas águas de um mar verde e límpido que conquista os olhares de quem sabe admirar a natureza. Tais objetos são provenientes das eternas reformas dos barcos que necessitam de manutenção, dos visitantes que insistem em depositar seus lixos de fim-de-semana à beira-mar, dos turistas bem assentados em seus veículos 4x4 que deixam cair "descuidadamente" restos de seu consumismo contraditório. Latas de tinta, sacos plásticos, garrafas pet´s, pneus, peças metálicas. De tudo encontramos ao longo de nosso litoral.

Outro tipo de resíduo, muito mais agressivo, é o óleo utilizado nas embarcações de pesca  movidos a motor. Alguns pescadores, conscientes ou não, despejavam o óleo queimado diretamente nas águas do mar ou no rio da Barra Grande. Contra essa prática, a ARATU, entidade de proteção aos ecossistemas costeiros, realizou uma campanha de conscientização e recolhimento do óleo utilizado nas embarcações, obtendo algum êxito nessa questão. O despejo desses produtos tóxicos contribuía para a degradação ambiental na área de manguezal, poluindo um berçário natural de espécies aquáticas e até os lençóis freáticos. 

A Secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente do município, junto com outras entidades comunitárias e voluntários, realiza eventualmente mutirões de limpeza em algumas praias. Esses mutirões recolhem uma enorme quantidade de lixo da orla, dando temporariamente um aspecto de praia limpa e bem cuidada. No entanto, logo começam a aparecer novos "retalhos" de uma cultura de sujar o que é belo. Da mesma forma que jogamos "desprentenciosamente" um papelzinho na rua, jogamos também nossas sobras do dia-a-dia nas águas do mar ou na praia, sendo cúmplices de uma sujeira despercebida. O movimento das ondas e dos ventos se encarregam de espalhar essas sobras por toda a extensão litorânea. O lixo que o mar consegue expulsar de suas águas, findam nas areias das dunas e ali perpetuam-se - viram objeto de uma arqueologia futura.

Nosso mar é belo, mas seria mais belo ainda se não existisse tanto "cacareco" borrando a limpidez de seu verde. A vida que nasce e depende do equilíbrio ambiental dessas áreas também agradece.

Conscientize-se!

Nenhum comentário: